Alta do Ethereum indica o início da altseason? Especialistas respondem

Após meses de protagonismo quase absoluto do Bitcoin, o mercado de criptomoedas começa a sinalizar uma possível mudança de ciclo. Ethereum, Solana e outras altcoins voltaram a mostrar força nas últimas semanas, ganhando terreno enquanto o BTC enfrenta um período de lateralização.

Para especialistas, os sinais técnicos e macroeconômicos indicam que estamos possivelmente às portas de uma nova altseason — nome dado aos ciclos em que criptomoedas alternativas ao Bitcoin passam a liderar em valorização e volume.

Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil, destaca que a dominância do BTC caiu recentemente para 61%, uma queda sutil, mas significativa, dentro de um contexto histórico onde valores abaixo de 50% costumam marcar o florescimento das altcoins.

O Altcoin Season Index, que mede a performance relativa entre BTC e altcoins, também saltou de 15 para mais de 40 entre abril e maio — se aproximando da zona que tradicionalmente confirma uma altseason.

Do lado macroeconômico, o cenário também favorece ativos de risco. “O mercado já precifica uma chance de 70% de corte de juros pelo Fed em junho, com uma política monetária potencialmente mais expansionista até o fim de 2025″, aponta Prado.

Esse ambiente tende a impulsionar investimentos em criptoativos mais voláteis, como as altcoins. Além disso, movimentos institucionais como propostas de ETFs de Solana e XRP, incentivos à mineração nos EUA e fluxo positivo em fundos atrelados ao Ethereum ajudam a reforçar esse apetite.

Para Beto Fernandes, analista da Foxbit, a queda na dominância não só do BTC, mas também do USDT, reforça a ideia de que os investidores estão deixando posições defensivas em busca de oportunidades mais agressivas. “Há um giro de capital visível para ativos mais voláteis, típico de uma altseason em formação”, explica.

Mas será mesmo o início de uma altseason?

Apesar do otimismo de parte do mercado, ainda há quem prefira adotar uma postura mais cautelosa diante dos sinais recentes. Para Rony Szuster, head da área de Research do MB, é precipitado afirmar que uma altseason já começou.

“A recente queda na dominância do Bitcoin, após atingir 65,5%, acendeu um sinal de alerta no mercado, mas esse movimento precisa se sustentar por mais semanas para configurar uma tendência consolidada”, analisa.

Ele também chama atenção para o índice Total 3 — que mede o desempenho das altcoins excluindo BTC e ETH —, que ainda não apresentou alta consistente suficiente para confirmar uma virada de ciclo.

Além disso, fatores estruturais continuam pesando na balança. “A aprovação dos ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos atraiu um fluxo expressivo de capital institucional concentrado exclusivamente no BTC, o que fortaleceu sua liderança e limitou o desempenho das demais criptos”, diz Szuster. O Ethereum, que poderia equilibrar esse jogo, ainda não conseguiu mostrar força nos ETFs, cujo desempenho ficou abaixo das expectativas iniciais.

Dessa forma, embora os fundamentos de algumas altcoins sejam positivos, o analista reforça que será necessário acompanhar os próximos movimentos de mercado com atenção antes de cravar o início de um novo ciclo de alta dominado pelas altcoins.

Ethereum segue dominante, mas com desafios

Apesar do desempenho abaixo do esperado no último ano, o Ethereum manteve seu protagonismo no setor cripto. A rede segue como líder em valor total bloqueado (TVL), número de aplicações descentralizadas e volume de endereços ativos, mesmo diante do avanço de concorrentes como Solana e algumas soluções de segunda camada. “O Ethereum continua sendo a principal plataforma para desenvolvimento de aplicações descentralizadas e permanece no centro das inovações do setor”, afirma Rony Szuster.

Para Beto Fernandes, da Foxbit, esse domínio técnico não se traduziu em valorização por conta do foco especulativo do mercado em projetos de hype.

“O Ethereum não conseguiu precificar esse protagonismo ao longo do último ano. A atenção dos investidores ficou voltada para ativos especulativos, como as memecoins”, avalia.

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Ele acredita que o desempenho recente do ETH reflete mais uma reorientação do capital em busca de valorização do que uma resposta direta à sua qualidade tecnológica.

Ainda assim, os fundamentos seguem fortes. Com a adoção crescente de stablecoins, o avanço da tokenização de ativos reais (RWAs) e a consolidação das redes de segunda camada, o Ethereum pode retomar espaço e liderar uma nova fase de valorização entre as altcoins.

“A possível aprovação de ETFs com staking pode atrair o interesse institucional que não se concretizou com os produtos atuais”, complementa Szuster.

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