Circle congela R$ 327 milhões em carteiras ligadas a polêmica criptomoeda de Milei

O escândalo da memecoin Libra, que abalou o mercado de criptomoedas e a política global no início deste ano devido à sua associação com o presidente argentino Javier Milei, ganhou um novo capítulo.

Contas que armazenavam USDC e pertenciam a duas carteiras ligadas à equipe da memecoin Libra e ao responsável por lançar o token foram congeladas na terça-feira, bloqueando cerca de US$ 58 milhões (R$ 327 milhões) em stablecoins na Solana que não podem mais ser vendidas nem transferidas.

As contas, marcadas como congeladas no explorador de blocos da Solana, o Solscan, armazenam US$ 44,59 milhões e US$ 13,06 milhões em USDC — uma stablecoin emitida pela Circle e atrelada ao valor do dólar americano.

Leia também: O que é LIBRA? A criptomoeda por trás do escândalo político de Milei

Como a emissão e a cunhagem do USDC são controladas pela Circle, a empresa tem poder para congelar ou “colocar na lista negra” tokens, conforme sua política de bloqueio. Emissores importantes de stablecoins, como a Circle e a Tether, são conhecidos por bloquear endereços quando estão ligados a grandes explorações, como o hack de US$ 1,4 bilhão da Bybit ocorrido em fevereiro.

No momento, ainda não está claro quem exatamente solicitou o congelamento, embora várias partes tenham reivindicado crédito pela ação na rede X.

O escritório de advocacia Burwick Law, especializado em criptomoedas, afirmou que o congelamento é resultado de uma ordem de restrição temporária emitida a seu pedido.

Enquanto isso, Martin Romeo — autor de uma ação judicial na Argentina envolvendo o token Libra, promovido publicamente pelo presidente Javier Milei — declarou que o congelamento foi solicitado pelo Ministério da Justiça argentino.

“Ontem, um tribunal federal no SDNY emitiu uma ordem de restrição temporária a nosso pedido, nós da Burwick Law, com apoio de Tim Treanor, congelando aproximadamente 57,65 milhões em USDC mantidos na Circle, o que agora pode ser confirmado no Solscan”, disse Max Burwick em nota enviada ao Decrypt.

Burwick já havia movido uma ação coletiva contra a Kelsier Ventures e a Meteora, incluindo alguns executivos dessas empresas, por suas respectivas participações no escândalo do token Libra.

A polêmica Libra

O token Libra baseado na Solana, promovido por Milei em seu lançamento na rede X em fevereiro, rapidamente atingiu uma capitalização de mercado bilionária, mas despencou quase 90% logo em seguida. O caso levou a acusações de esquema de pump and dump, já que carteiras ligadas ao token realizaram lucros durante o colapso.

Posteriormente, o presidente Milei foi acusado de fraude, e o governo argentino criou uma força-tarefa para investigar o caso. No entanto, essa força-tarefa foi encerrada na semana passada.

Na terça-feira, a Circle protocolou um pedido de oferta pública inicial (IPO) na Bolsa de Valores de Nova York, visando uma avaliação de mercado de US$ 6,7 bilhões.

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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