As empresas de capital aberto podem ter encontrado uma nova criptomoeda favorita para despejar bilhões de dólares, na esperança de ver suas ações dispararem — e não se trata do Bitcoin, nem mesmo do Ethereum. É o BNB.
Na terça-feira (24), a Nano Labs, uma fornecedora de infraestrutura de blockchain com capital aberto na China, anunciou um plano de curto prazo para comprar US$ 1 bilhão em BNB.
A empresa pretende armazenar essa imensa quantidade de tokens em sua tesouraria corporativa e afirmou que, eventualmente, pretende deter entre 5% e 10% do fornecimento total em circulação do BNB — uma quantia impressionante, avaliada entre US$ 4,7 bilhões e US$ 9,4 bilhões no momento da redação.
Com o anúncio do plano de investimento, as ações da Nano quase triplicaram de valor instantaneamente, saltando de US$ 10,89 para US$ 29,18 poucos minutos após a abertura do mercado. No fechamento, as ações se estabilizaram em US$ 14,85 — ainda com uma alta impressionante de 64,8% no dia.
A Nano afirmou que, na primeira fase de sua estratégia de tesouraria com BNB, adquirirá US$ 500 milhões da criptomoeda. Os recursos para essa compra virão da venda de notas promissórias conversíveis que “diversos investidores concordaram em subscrever”, segundo a empresa.
Essas notas, após um período de 360 dias, poderão ser convertidas em ações Classe A da Nano, com um preço inicial de conversão de US$ 20 por ação.
Criptomoedas na mira de empresas
Nos últimos meses, empresas de capital aberto começaram a investir bilhões de dólares em tesourarias com Bitcoin, que — até agora — lhes proporcionaram receitas passivas lucrativas e contabilizáveis.
Essa tendência, no entanto, assustou alguns analistas, que alertam que, caso (e provavelmente quando) o preço do Bitcoin caia abaixo de certos limites, essas empresas terão de devolver o dinheiro barato que pegaram emprestado para comprar os tokens, o que pode desencadear uma liquidação generalizada no mercado e um grande colapso no setor de criptomoedas.
Agora, ao que tudo indica, o apelo tentador dos lucros fáceis com Bitcoin no setor financeiro tradicional se espalhou para outros ativos ainda menos consolidados do que a principal criptomoeda do mundo. Já vimos estratégias de tesouraria envolvendo Solana, XRP e Ethereum nos últimos meses — e agora o BNB também ganha os holofotes.
O BNB é o token nativo da Binance, a maior corretora centralizada de criptomoedas do mundo. Ele é usado regularmente para liquidar transações na plataforma e é a quinta maior criptomoeda do mundo em valor de mercado, atualmente avaliada em US$ 93,9 bilhões.
O apetite por investir pesadamente em BNB parece estar crescendo em Wall Street. Um grupo separado de executivos de fundos de hedge de criptoativos está atualmente planejando levantar US$ 100 milhões para adquirir um lote do token, segundo uma reportagem publicada na segunda-feira pela Bloomberg.
Representantes da Nano Labs não responderam imediatamente quando questionados pelo Decrypt sobre o motivo de terem escolhido o BNB, entre outras criptomoedas de destaque, como o único ativo para iniciar sua planejada tesouraria bilionária. Os representantes também não responderam se a compra foi coordenada com a Binance.
Na terça-feira, o fundador da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, que foi forçado a renunciar ao cargo de CEO da corretora em 2023 após ser preso e se declarar culpado por acusações criminais de lavagem de dinheiro, celebrou o anúncio da tesouraria de BNB da Nano Labs — especialmente o impacto que a notícia teve nas ações da empresa.
“O preço das ações deles foi para a lua”, disse Zhao. “Não é um conselho financeiro!”
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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