Apesar do discurso “pró-cripto”, tarifas de Trump já prejudicam mineradores de Bitcoin

As tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, estão provocando uma corrida para retirada de equipamentos de mineração de Bitcoin da Ásia. De acordo com o Bloomberg, desde a primeira semana deste mês as empresas de mineração de Bitcoin no Sudeste Asiático têm enfrentado um prazo exaustivo, devido às tarifas exorbitantes impostas pelos EUA à China, maior produtora de equipamentos de mineração do mundo, além de impostos de até 36% a países como Tailândia, Indonésia e Malásia.

Esses países, que se tornaram polos de montagem e distribuição de máquinas de mineração de criptomoedas, agora temem que tarifas de Trump destruam a indústria que ele tanto prometeu apoiar. A corrida então se deu com a pausa de 90 dias nas tarifas dada pelo governo americano na ocasião.

Christopher Berschel, por exemplo, que é presidente da Sealion Cargo, uma empresa canadense de transporte de cargas, descreveu à Bloomberg como ajudou a fretar cinco aeronaves enquanto supervisionava dezenas de caminhões e barcaças para enviar US$ 330 milhões em equipamentos da Tailândia, Malásia e Indonésia para os EUA. 

“Com mais de US$ 80 milhões em potencial exposição tarifária em jogo, cada voo, caminhão e palete que tocamos tinha uma missão: vencer o relógio das tarifas”, disse Berschel.

Empresas de mineração pagam fortuna por transportes

De acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto que pediu à reportagem para não ser identificada, as empresas de mineração  gastaram até quatro vezes o que normalmente gastariam com frete aéreo e talvez 20 vezes o custo do transporte marítimo.

Outras empresas relataram a corrida para remoção de equipamento de mineração. A EES Freight Services, relata a Bloomberg, enfrentou contratempos logísticos, a Luxor Technology enviou 3.000 máquinas da Tailândia, e a World Air Logistics mobilizou 57 viagens de caminhão para carregar três aviões, que decolaram nos dias 7 e 8 de abril.

Em resumo, enquanto Trump se posiciona como pró-Bitcoin, mineradores de criptomoedas temem que suas políticas tarifárias prejudiquem o setor e forcem empresas a deixarem o país — um movimento semelhante ao que ocorreu na China em 2021, quando, após a repressão, grandes players migraram para os Estados Unidos.

Vale lembrar também que mineradores de criptomoedas dependem fortemente de fornecedores chineses como a Bitmain que, embora sediada em Pequim, direciona grande parte do maquinário pelo Sudeste Asiático. Segundo a reportagem, compradores nos EUA já enfrentam atrasos no recebimento de novos equipamentos de mineração desde a vitória eleitoral de Trump.

Em resumo, enquanto Trump se posiciona como pró-Bitcoin, mineradores de criptomoedas temem que suas políticas tarifárias prejudiquem o setor e forcem empresas a deixarem o país — um movimento semelhante ao que ocorreu na China em 2021, quando, após a repressão, grandes players migraram para os Estados Unidos.

O presidente Trump prometeu apoiar a indústria de criptomoedas — especialmente os mineradores de Bitcoin. Desde que assumiu o cargo, ele aprovou uma reserva estratégica nacional de Bitcoin e determinou que a SEC arquivasse diversos processos judiciais de alto perfil contra empresas de criptomoedas. Fora isso, o Senado americano aprovou Paul Atkins, defensor das criptomoedas, para liderar a SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos.

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