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  • O estado atual da regulamentação das criptomoedas no Brasil 

    O estado atual da regulamentação das criptomoedas no Brasil 

    O Brasil é um dos países mais adiantados no mundo em relação à regulamentação do setor de criptomoedas e tem uma das populações mais otimistas em relação ao tema. No ano passado, por exemplo, uma pesquisa realizada pela Sherlock Communications concluiu que o Brasil e a Colômbia são os países onde a população mais deseja uma regulamentação mais clara para o setor cripto.

    Isso porque já temos uma lei estabalecida para o mercado (Lei 14.478/22), que entrou em vigor no dia 22 de dezembro de 2022 e determina as diretrizes para a regulamentação da prestação de serviços de ativos virtuais.

    Essa lei, que também instituiu o Marco Legal das Criptomoedas no Brasil, determinou que o Banco Central (BC) fosse a principal entidade reguladora do novo mercado financeiro. Desde então, o órgão vem realizando os trâmites necessários para colocar a regulamentação em vigor.

    A Lei 14.478/22 define ativos virtuais como a representação digital de valor que pode ser negociada ou transferida por meios eletrônicos e utilizada para pagamentos ou investimentos. No entanto, a legislação não abrange ativos que possam ser simplesmente instrumentos financeiros regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

    A regulação deve impactar diretamente corretoras e outras empresas do setor cripto, principalmente as que operam sem supervisão, ou seja, elas precisarão se adequar às normas do BC, adotando práticas de compliance mais rigorosas.

    O estado atual da regulamentação das criptomoedas

    A atualização mais recente sobre o tema é que estão em andamento duas consultas públicas sobre processos de autorizações das sociedades prestadoras de serviços de ativos virtuais (PSAVs) — 109/2024 e 110/2024 — referentes à segunda fase da Consulta Pública 97/2023 prevista no art. 5º da Lei 14.478, de 2022, cujos trabalhos começaram em dezembro de 2023.

    Enquanto a Consulta Pública 109 aborda a constituição e funcionamento das PSAVs e a cobrança de tarifas pela prestação desses serviços, a Consulta Pública 110 dispõe sobre os processos de autorização para funcionamento das PSAVs e de outras instituições do sistema de distribuição, como corretoras de câmbio, corretoras de títulos e valores mobiliários e distribuidoras de títulos e valores mobiliários.

    No fim de janeiro, o BC prorrogou a data final das duas consultas em andamento. Previstas para serem encerradas no dia 7 de fevereiro, elas foram prorrogadas até o dia 28 de fevereiro. Na ocasião, o BC disse que a decisão visa permitir uma análise mais aprofundada das minutas, especialmente por se tratar de regulamentação inicial.

    Papel da CVM e penalidades previstas

    Embora o Banco Central seja o principal regulador do setor, a CVM também tem um papel importante na regulamentação de criptoativos que possam ser considerados valores mobiliários. Empresas que operam no mercado de capitais utilizando tokens têm que seguir as diretrizes da autarquia.

    Além disso, a lei prevê sanções para empresas e indivíduos que operem de forma irregular. As PSAVs devem seguir as normas definidas para prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo, podendo sofrer penalidades caso descumpram as exigências regulatórias dos órgãos do governo.

    Próximos passos

    Com a conclusão das consultas públicas, espera-se que o Banco Central finalize as normativas detalhando os requisitos para o funcionamento das PSAVs. Outras regulamentações futuras também podem abordar aspectos como stablecoins, DeFi e a tokenização de ativos.

    Especialistas do mercado seguem acompanhando de perto essas definições, que terão um impacto significativo no futuro das criptomoedas no Brasil.

    Mas quando a regulamentação será concluída?

    Para Vanessa Butalla, VP Jurídico, Compliance e Riscos do MB, “a expectativa do mercado, com base em informação dos representantes do BCB em eventos sobre a regulação, é que seja publicada ainda no primeiro semestre deste ano”.

    Butala disse que a regulamentação dos prestadores de serviços cripto é importante para o desenvolvimento do mercado de ativos digitais, trazendo ainda mais segurança para os investidores ao estabelecer regras mínimas a serem observadas pelas PSAVs que queiram oferecer os seus produtos e serviços aos consumidores brasileiros; ampliando a adoção por investidores institucionais; e atraindo mais investimentos estrangeiros ao país para o desenvolvimento desse mercado.

    “Embora ainda não tenhamos os textos finais, a expectativa é que a regulação seja positiva ao compreender o funcionamento dos ativos digitais e estabelecer condições favoráveis ao  desenvolvimento do mercado local de modo compatível com o tratamento em outras regiões, dada a natureza efetivamente global da maioria desses ativos”, concluiu.

    Projeto de Lei sobre regras para empresas de criptomoedas

    Paralelamente, em novembro do ano passado, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de lei 4932/2023 que obriga que as exchanges de criptomoedas tenham sede no Brasil e implementem a chamada segregação patrimonial, em que os ativos dos clientes ficam separados dos fundos da própria empresa.

    O projeto busca estabelecer regras de prevenção de lavagem de dinheiro por meio de negociações com ativos virtuais, como o Bitcoin, e teve seu texto elaborado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das pirâmides financeiras, realizada no ano passado. A proposta está atualmente aguardando apreciação pelo Senado Federal.

    Consulta pública da Receita Federal

    A Receita Federal do Brasil também trabalha em uma iniciativa com o fim de dar mais clareza para os investidores de criptomoedas, prover novas regras para declarações de transações com criptoativos — incluindo as internacionais — , bem como focar, à princípio, na autorregularização.

    Para isso, o órgão também realizou uma Consulta Pública sobre um novo modelo de declaração chamado “DeCripto” (abreviação para “Declaração de Criptopativos”), que irá substituir as regras atuais estabelecidas na Instrução Normativa 1.888/2019. A consulta recebeu 24 contribuições do público na sua conclusão, no início de janeiro deste ano.

    Os resultados serão divulgados ainda neste primeiro trimestre do ano, segundo afirmou o órgão.

    A DeCripto irá captar informações de transferência de criptoativo do exterior para o Brasil (vice-versa), de criptoativo referenciados a ativos, de transmissão (depósito) do criptoativo para plataforma de finança descentralizada (DeFi), de fracionamento de NFT (token não fungível) e de ações em pagamento.

    A Receita diz que a atualização da Instrução Normativa 1.888/2019 é necessária devido à rápida evolução dos criptoativos, que geraram novas operações e arranjos financeiros.

    Além disso, o Brasil busca aderir ao Crypto Asset Reporting Framework (CARF) da OCDE, exigindo normas presentes na DeCripto. O documento define conceitos e regras do CARF, incluindo criptoativos, prestadores de serviço e procedimentos de diligência.

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  • Agentes de IA estão negociando propriedade intelectual entre si e gerando criptomoedas para seus donos

    Agentes de IA estão negociando propriedade intelectual entre si e gerando criptomoedas para seus donos

    Enquanto artistas ao redor do mundo reclamam que a Inteligência Artificial (IA) está roubando seu trabalho, a Story Protocol acredita ter encontrado uma solução.

    A plataforma introduziu um sistema que permite que agentes de IA negociem direitos de propriedade intelectual (PI) entre si, transformando-os em clientes pagantes por direitos de PI tokenizados na blockchain.

    Se você não pode vencê-los, junte-se a eles, como diz o ditado.

    Zerebro, que na quarta-feira (5) se tornou um validador da rede e é um dos agentes mais ativos do sistema, já começou a comprar conteúdo artístico para aprimorar seus dados de treinamento, segundo o CEO da Story Protocol, Seung-yoon Lee.

    “Os insumos são propriedade intelectual (PI), e os agentes estão criando poemas ou estratégias de negociação, então os resultados também são PI”, disse Lee ao Decrypt. “Nós realmente permitimos que os agentes troquem PI na Story.”

    O funcionamento do sistema

    Como a Story Protocol funciona como um mercado de PI, tudo gira em torno dessa ideia, e a mecânica é direta.

    Agentes de IA registram seu trabalho na blockchain da Story, e outros agentes podem comprar esses ativos usando criptomoedas.

    O sistema gerencia licenciamento, direitos autorais e distribuição de receita automaticamente através de contratos inteligentes. Humanos também podem usar o sistema em vez de agentes de IA, mas, segundo Lee, isso não é tão interessante.

    Na verdade, alguns agentes já estão negociando PI entre si — não apenas com humanos.

    “Há um grande volume de comércio autônomo acontecendo na Story, porque a Story é um sistema de PI programável e sem permissões”, disse Lee.

    Resolvendo um problema

    Lee explicou ainda que agentes de IA podem criar ativos e integrá-los a uma narrativa, enquanto outros—sejam IA ou humanos—podem expandir essas criações.

    Isso estabelece um modelo de negócios onde agentes de IA podem vender sua propriedade intelectual, e outros podem comprá-la e usá-la livremente. As permissões são pré-definidas por contratos inteligentes, que regulam como a PI é compartilhada e utilizada.

    A plataforma já captou a atenção de Hollywood.

    David Goyer, roteirista da trilogia “O Cavaleiro das Trevas” e showrunner da série “Foundation” da Apple TV, registrou um novo universo de ficção científica na Story, onde todos os seus componentes são essencialmente tokens, segundo Lee.

    Ele descreveu um sistema em que conteúdo gerado por IA baseado no universo de Goyer dividiria automaticamente a receita entre o criador da IA e o detentor do IP original.

    Esse modelo garante que os criadores sejam compensados quando a IA expande seu trabalho. O CEO enfatizou que o universo é completamente original, com todos os personagens, naves e enredos registrados na Story.

    Os usuários podem expandir esses elementos, criar histórias paralelas, contribuir para o cânone e compartilhar os ganhos financeiros.

    “Essa abordagem representa uma nova maneira para a IA colaborar com criadores, expandindo e monetizando seu trabalho enquanto distribui as recompensas”, disse Lee.

    “Esses tipos de experimentos estão acontecendo nos níveis mais altos, com os maiores criadores da Story. Não é apenas coisa de nativos do mundo cripto”, afirmou. “Muitas pessoas em Hollywood e do setor de grandes franquias de PI estão entusiasmadas.”

    Lançamento em breve

    A Story Protocol planeja lançar sua mainnet pública em poucas semanas. A plataforma já atraiu mais de 100 aplicativos para construção dentro do sistema, incluindo grandes projetos apoiados por investidores.

    O conceito da Story também chamou a atenção de outros projetos significativos de IA.

    A Stability AI, empresa por trás do gerador de imagens Stable Diffusion, fez uma parceria com a Story em janeiro para registrar suas criações na plataforma e garantir que os artistas tenham rastreamento adequado de suas obras.

    O objetivo é tornar essas imagens disponíveis para outros modelos de IA licenciarem e usarem como dados de treinamento. No entanto, isso ainda está em um território jurídico incerto, já que regulações e licenças de modelos de IA podem afetar o uso desses conteúdos.

    Mesmo assim, Lee continua otimista: “Em uma década, 90 a 99% do conteúdo será assistido ou gerado por IA”, disse ele. “Se formos a camada padrão para o registro das saídas da IA, isso será enorme.”

    * Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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  • Os ETFs de Solana se juntarão aos de Bitcoin e Ethereum?

    Os ETFs de Solana se juntarão aos de Bitcoin e Ethereum?

    A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) reconheceu na quinta-feira (6) uma solicitação para um ETF à vista de Solana, sinalizando que a estrutura da agência para produtos de criptoativos pode estar prestes a mudar.

    Sob a liderança do ex-presidente da SEC, Gary Gensler, o órgão regulador impunha um alto padrão, aprovando apenas solicitações para produtos de Bitcoin e Ethereum. Nos últimos meses, gestores de ativos manifestaram interesse em oferecer ETFs semelhantes para outras criptomoedas, incluindo XRP, Litecoin, Dogecoin e Solana.

    Entre os ativos digitais para os quais instituições financeiras estão disputando a oferta de produtos, Solana se destaca. A SEC alegou em processos movidos em 2023 contra a Binance e a Coinbase – duas das principais exchanges do setor – que Solana era negociada em suas plataformas como um valor mobiliário não registrado.

    Embora a SEC tenha retirado as alegações sobre o status regulatório de Solana no caso contra a Binance, essa distinção ainda é relevante. Os ETFs de Bitcoin e Ethereum à vista abriram caminho para uma enxurrada de investimentos de Wall Street, mas foram aprovados como trusts baseados em commodities.

    Na quinta-feira, a SEC registrou um aviso de alteração de regra, proposto pela NYSE Arca, que permitiria à bolsa listar o Grayscale Solana Trust exatamente como um trust baseado em commodities.

    O documento reconhecido pela SEC inclui a determinação de que Solana não é um valor mobiliário, baseando-se em interpretações das diretrizes da SEC, leis de valores mobiliários e recentes decisões judiciais. Esse é um pequeno, mas significativo avanço, segundo Eric Balchunas, analista de ETFs da Bloomberg, que comentou no X:

    “Esta é a primeira vez que a SEC reconhece a solicitação de um ETF baseado em uma criptomoeda que anteriormente havia sido considerada um ‘valor mobiliário’”, afirmou. “Estamos em um novo território, ainda que seja um pequeno passo, mas aparentemente um resultado direto da mudança de liderança.”

    A SEC pode acelerar a aprovação da alteração proposta pela NYSE Arca, mas tem a opção de adiar sua decisão final por até 240 dias, ou até o início de outubro. A aprovação da mudança implicaria no reconhecimento implícito de que Solana é uma commodity. No entanto, Brian Rudick, chefe de pesquisa da GSR, disse ao Decrypt que o processo da SEC é “bastante detalhado”.

    No fim das contas, “o resultado depende principalmente do que a SEC quer fazer”, e o reconhecimento da solicitação de um ETF de Solana não significa necessariamente que será aprovado.

    Se a SEC aprovar ETFs de criptomoedas à vista além de Bitcoin e Ethereum, isso será um grande marco, disse Matt Hougan, diretor de investimentos da Bitwise, ao Decrypt. Tal decisão poderia abrir caminho para que outras criptomoedas seguissem o mesmo rumo em Wall Street.

    Por uma década, a SEC negou solicitações de ETFs de Bitcoin à vista, citando preocupações com fraudes e manipulação de mercado. No entanto, após perder um processo judicial contra a Grayscale, a SEC decidiu que a existência de um mercado futuro regulamentado para Bitcoin e Ethereum resolvia essas preocupações.

    Embora a Coinbase tenha começado a oferecer contratos futuros de Solana sob a supervisão da Commodity Futures Trading Commission (CFTC), a solicitação reconhecida pela SEC não aponta para um mercado futuro regulamentado para Solana.

    Em vez disso, o documento cita “plataformas de negociação compatíveis com as regulamentações dos EUA”, que operam sob a supervisão do Departamento de Serviços Financeiros de Nova York (NYDFS). Essa agência estadual exige que empresas com uma BitLicense “implementem medidas eficazes para detectar e prevenir” fraudes e manipulação de mercado, mas ainda não está claro se isso será suficiente para a aprovação da SEC.

    * Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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  • Jogo do Telegram “TapSwap” abandona TON em favor da BNB Chain antes do airdrop

    Jogo do Telegram “TapSwap” abandona TON em favor da BNB Chain antes do airdrop

    O jogo de “tap-to-earn” (clique-para-ganhar) do Telegram, TapSwap, anunciou que lançará seu próximo token TAPS na BNB Chain, em vez de The Open Network (TON), como originalmente planejado.

    O jogo estava programado para concluir seu airdrop de tokens na segunda metade de janeiro, mas recentemente informou que adiou o lançamento do token por recomendação de uma exchange descentralizada de nível 1 (cujo nome não foi revelado), na esperança de encontrar melhores condições de mercado.

    Agora, após concluir sua primeira temporada de gameplay em 6 de fevereiro, o projeto está avançando com o lançamento do token na BNB Chain, previsto para 14 de fevereiro, de acordo com uma postagem no X feita no início desta semana.

    “Lançar o TAPS na BNB Chain melhora a velocidade, a segurança e a acessibilidade, tornando o TapSwap ainda mais forte para jogadores e investidores”, disse o projeto.

    Os usuários ganharão o novo token do jogo com base no seu nível de engajamento no TapSwap. No entanto, daqui para frente, o jogo pretende se afastar do modelo de clique-para-ganhar e integrar um sistema de jogos baseados em habilidade.

    No início de janeiro, o Telegram e o The Open Network (TON) anunciaram um acordo de exclusividade, exigindo que todos os mini jogos ou aplicativos com integração de criptomoeda utilizassem exclusivamente a TON.

    Apesar de anteriormente ter promovido uma parceria com a TON, o TapSwap não mencionou o Telegram ou qualquer plano de migração em seu anúncio sobre o lançamento do token.

    O Decrypt entrou em contato com um representante do TapSwap para obter mais detalhes sobre a mudança para a BNB Chain, incluindo como isso afetará a capacidade do jogo de integrar funcionalidades cripto dentro do Telegram.

    O TapSwap não é o único jogo cripto do Telegram que decidiu lançar em uma blockchain diferente da TON, apesar das restrições do acordo de exclusividade. Por exemplo, o jogo Farm Frens ainda lançará seu próximo token na rede Base, uma solução de segunda camada do Ethereum, e recentemente alfinetou a TON ao chamá-la de “The Closed Network” (“A Rede Fechada”) em um anúncio.

    * Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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  • Por que este emissor de ETF não quer saber do Dogecoin em meio aos planos de fundos para Solana e XRP?

    Por que este emissor de ETF não quer saber do Dogecoin em meio aos planos de fundos para Solana e XRP?

    O setor de fundos negociados em bolsa (ETFs) dos Estados Unidos tornou-se um verdadeiro “mundo cão” nas últimas semanas, com vários gestores de ativos disputando para lançar ETFs de Dogecoin à vista.

    Mas pelo menos um emissor de fundos não está entrando nessa briga. Para a empresa de investimentos em criptomoedas Canary Capital, a moeda meme inspirada no Shiba Inu é só latido e nada de mordida.

    O CEO da Canary Capital, Steven McClurg, disse ao Decrypt nesta semana que sua empresa não tem planos de lançar um ETF de Dogecoin à vista, apontando tanto para a oferta ilimitada da moeda digital quanto para sua falta de utilidade.

    A empresa é uma das várias emissoras envolvidas em uma corrida para expandir suas ofertas de investimentos baseados em criptoativos após a mudança dos EUA para um regime mais favorável aos ativos digitais sob o governo do presidente Donald Trump. A Canary já entrou com pedidos para lançar fundos de Solana, XRP, Litecoin e HBAR à vista — mas McClurg afirmou que a empresa não vai entrar na disputa pelo ETF de DOGE.

    “Tenho dificuldade em colocar [Dogecoin] em um pacote de ETF, porque a moeda é literalmente projetada para perder valor e aumentar constantemente sua oferta”, disse McClurg ao Decrypt.

    “Não há uma oferta limitada, então, essencialmente, você está colocando algo em um ETF que foi projetado para caminhar em direção a zero”, acrescentou.

    O Dogecoin é a oitava maior criptomoeda por valor de mercado, de acordo com dados do CoinGecko. No momento da escrita, está sendo negociado a cerca de US$ 0,25, quase metade do seu preço máximo de três anos, de US$ 0,48, alcançado em dezembro.

    O DOGE não tem um limite fixo de fornecimento, o que contrasta fortemente com outras criptomoedas como Bitcoin e XRP. A mineração na blockchain do Dogecoin gera 10.000 DOGE por bloco, com esses tokens sendo continuamente adicionados à oferta total em constante expansão.

    É verdade que outras redes também possuem fornecimento ilimitado de tokens, incluindo a Solana — outro ativo para o qual a Canary pretende lançar um fundo. Mas, na visão de McClurg, há uma diferença fundamental: a utilidade.

    Como um token de utilidade, o SOL é usado para pagar por transações na rede Solana. A rede e seu token nativo são utilizados para negociar moedas meme populares como Official Trump, BONK e Dogwifhat. Além disso, o token também é empregado para interagir com aplicativos descentralizados e uma variedade crescente de jogos na rede.

    Por outro lado, as moedas meme são famosas por sua falta de utilidade — e o Dogecoin, a moeda meme original criada como uma piada em 2013, exemplifica bem esse conceito. Embora os fãs mais fiéis do DOGE tenham implementado protocolos para lançar moedas meme e colecionáveis na blockchain, semelhante ao que ocorreu no Bitcoin, essas iniciativas são nichadas e possuem uma base de usuários limitada.

    O Dogecoin acumulou uma legião de detentores fiéis, incluindo alguns de destaque. O fundador da Tesla, Elon Musk, é um grande defensor do Dogecoin e defendeu a tokenomics única da criptomoeda em novembro passado, escrevendo em um post no X: “Acho que a inflação fixa do Dogecoin, que significa uma inflação percentual decrescente, é um recurso, não um defeito.”

    Animados com a base de fãs leal do token, alguns gestores de ativos entraram com pedidos nas últimas semanas para lançar ETFs que acompanham o preço do Dogecoin. A Bitwise entrou com um pedido no mês passado para lançar um fundo baseado em Dogecoin, seguindo o exemplo das gestoras Osprey e Rex Shares. Enquanto isso, a Grayscale lançou na semana passada um Dogecoin Trust, logo após entrar com um pedido junto aos reguladores federais para converter o fundo em um ETF à vista.

    De forma mais ampla, as empresas de investimentos aceleraram os esforços para lançar novos ETFs baseados em criptomoedas para investidores dos EUA, com emissores apresentando pedidos para oferecer fundos baseados em uma ampla gama de criptomoedas, como XRP, Solana, Official Trump e BONK.

    Esses pedidos surgem em meio a uma onda de mudanças regulatórias e políticas nos EUA para ativos digitais, incluindo a nomeação de um novo presidente da Comissão de Valores Mobiliários (SEC) favorável às criptomoedas. A SEC também lançou uma força-tarefa para criptoativos, com a comissária Hester Peirce afirmando que o regulador precisa “resolver a bagunça” criada pela administração anterior.

    Essa mudança de postura — combinada com a aprovação de ETFs de Bitcoin e Ethereum à vista no ano passado — despertou as esperanças dos emissores de que os reguladores federais possam aprovar uma série de veículos de investimento em cripto nos próximos anos.

    Embora McClurg tenha justificado o pedido da Canary para um ETF de Solana com base no fato de que o SOL tem uma utilidade mais substancial do que o DOGE, ele admitiu que esse não é um foco central para a empresa.

    “É tipo: ‘Bem, se já estamos fazendo esses outros, podemos muito bem entrar na onda e aproveitar caso algo aconteça’”, disse McClurg ao Decrypt sobre o pedido do ETF de SOL.

    * Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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  • Família Bolsonaro e Patriota Coin se aproximam, mas relação ainda não é oficial

    Família Bolsonaro e Patriota Coin se aproximam, mas relação ainda não é oficial

    Quando Jair Bolsonaro teve o perfil invadido duas vezes para a promoção de um memecoin, o ex-presidente pode ter pensado que uma oportunidade estava sendo desperdiçada. Afinal, Donald Trump, presidente dos EUA e seu aliado político, causou um terremoto no setor cripto ao criar a memecoin TRUMP, que em horas foi do zero aos bilhões em capitalização de mercado. 

    No dia 23 de janeiro e dia 30 de janeiro o ex-presidente do Brasil teve sua conta no X invadida para divulgação de um token batizado de BRAZIL. Os filhos de Jair foram à imprensa rapidamente esclarecer que se tratava de um golpe. 

    Logo na sequência, no dia 1º de fevereiro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também chamado de “03” pelo pai, foi ao X falar da importância das criptomoedas, especialmente de duas: Bitcoin e Patriota Coin. 

    Uma é a primeira criptomoeda, paradigma de um novo mercado e com capitalização de mercado de US$ 1,9 trilhão. A outra é uma memecoin criada na Pump.Fun no dia 20 de janeiro com 1.809 detentores e capitalização de US$ 286 mil. 

    “Tenho acompanhado cada vez mais o mercado de criptoativos e conheci o projeto da Patriota Coin. É interessante ver iniciativas brasileiras ganhando espaço nesse setor, especialmente com o desenvolvimento de soluções tecnológicas e IA (inteligência artificial”, disse Eduardo Bolsonaro em seu perfil no X

    No caso de Trump, está claro e posto publicamente que a família do presidente tem uma enorme quantia do suprimento total de tokens, afinal, é um projeto oficial.

    Já entre a família Bolsonaro e a Patriota Coin não há nada divulgado de que o clã político recebeu uma parte do suprimento ou tem algum papel efetivo no projeto. De qualquer forma, uma publicação no X de um Bolsonaro tem sempre um forte efeito no especto do campo político da Direita no Brasil.

    Mas a relação parece estreita. O perfil oficial da Patriota Coin falou dos ataques hackers no perfil de Jair Bolsonaro com a propriedade de um projeto oficial: “ATENÇÃO, PATRIOTAS! Proteja-se contra golpes! Recentemente, a conta do Jair Bolsonaro foi hackeada, e criminosos tentaram promover uma falsa criptomoeda. NÃO SE DEIXE ENGANAR! única moeda digital que verdadeiramente representa o orgulho, a liberdade e a força do povo brasileiro é a PATRIOTA Coin.”

    Detalhes da Patriota Coin

    A pedido do Portal do Bitcoin, o desenvolvedor brasileiro de criptomoedas Gustavo Toledo analisou o projeto da Patriota Coin. O primeiro ponto destacado pelo especialista é que a plataforma Pump.fu já foi auditado por diversas empresas independentes, e por isso os riscos de falhas de código ou vulnerabilidades são baixos.

    “No entanto, isso não elimina o principal problema dessas moedas: a falta de adoção. O valor de uma memecoin depende exclusivamente do interesse da comunidade, e muitas acabam esquecidas rapidamente, resultando em quedas drásticas no preço.”

    O projeto tem quase US$ 60 mil de liquidez e 38 provedores de liquidez, ou seja, pessoas que deixaram dinheiro na pool que formou o token.

    Toledo afirma que o risco é normal no campo das memecoins, nem maior nem menor que outros projetos feitos na Pump.fun. Ele alerta sobre um ponto: “No caso das memecoins brasileiras, há um desafio adicional: o mercado cripto nacional ainda é pequeno em comparação ao global, o que limita o potencial de crescimento e liquidez desses ativos. Enquanto algumas memecoins internacionais conseguem atrair investidores de todo o mundo, as brasileiras geralmente enfrentam dificuldades para manter relevância. Por isso, embora possam oferecer oportunidades de especulação de curto prazo, investir nesse tipo de ativo exige cautela, pois a falta de demanda pode torná-lo irrelevante em pouco tempo.”

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  • Heróis do indie, banda The Black Keys tocou em evento de criptomoedas porque precisava de dinheiro

    Heróis do indie, banda The Black Keys tocou em evento de criptomoedas porque precisava de dinheiro

    A dupla de indie rock The Black Keys tocou em um show chamado “America Loves Crypto” em 2024 — apesar de a banda não demonstrar publicamente apoio a criptomoedas ou NFTs. Patrick Carney disse à Rolling Stone que isso só aconteceu porque eles estavam com problemas financeiros.

    O evento fez parte de uma série de shows gratuitos realizados em estados decisivos na corrida para a eleição presidencial dos EUA, organizados pelo grupo de defesa das criptomoedas Stand With Crypto. Enquanto artistas como The Chainsmokers, Big Sean e Black Pumas ajudaram a atrair público, o verdadeiro objetivo dos eventos era influenciar o resultado da eleição de 2024 para eleger mais candidatos pró-cripto.

    A participação dos The Black Keys foi especialmente surpreendente, já que a banda não demonstrava apoio às criptomoedas e até zombava dos NFTs enquanto promovia seu último álbum. Então, por que eles aceitaram tocar no evento?

    “Foi muito simples”, disse Patrick Carney à Rolling Stone. “Perdemos toda a nossa renda do ano. Tínhamos funcionários para pagar. Nos ofereceram muito dinheiro para tocar um show, vimos que os Black Pumas já tinham feito o mesmo evento e pensamos: ‘Fecha o contrato’. É simples assim, mano.”

    Quando perguntado se eles se consideravam entusiastas de criptomoedas, Carney respondeu sarcasticamente que eram fãs da marca de cozinha Crisco.

    Stand With Crypto, originalmente lançado pela Coinbase, divulgou uma lista de endossos políticos à medida que a eleição de 2024 se aproximava. A organização anunciou apoio a 39 candidatos para a Câmara e o Senado, divididos em 20 republicanos e 19 democratas. No entanto, alguns fãs do The Black Keys ficaram incomodados com os candidatos escolhidos—com um usuário do Reddit afirmando que a organização apoiou os piores candidatos de ambos os partidos.

    “É claro que vimos toda a merda chegando,” disse Carney. “Nos disseram que era algo bipartidário. Foi o que foi. Foi um evento pequeno. Aconteceu na nossa cidade natal, então conseguimos visitar nossas famílias. Já vi meu nome sendo criticado na mídia antes, então não foi nada novo, porra.”

    “Se tocar para 300 pessoas vai mudar o voto do estado inteiro,” concluiu, “então temos problemas muito maiores, mano.”

    * Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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  • Kentucky e Maryland são os estados mais recentes a considerar projetos de lei para reservas de Bitcoin

    Kentucky e Maryland são os estados mais recentes a considerar projetos de lei para reservas de Bitcoin

    Maryland e Kentucky se juntaram nesta semana a uma lista crescente de estados dos EUA que estão considerando o Bitcoin e outros ativos digitais como uma forma de fortalecer suas reservas.

    Apelidado de Lei de Reserva Estratégica de Bitcoin de Maryland, um projeto de lei apresentado pelo deputado estadual democrata Caylin Young na sexta-feira (7) permitiria que o estado estabelecesse exatamente isso, de acordo com a descrição do texto do projeto.

    Embora alguns legisladores estaduais tenham apresentado projetos de lei que pedem investimentos em ativos digitais de forma geral, o projeto de Young menciona explicitamente a maior criptomoeda por valor de mercado. Além disso, o projeto autoriza o Tesoureiro do Estado de Maryland a investir em Bitcoin usando fundos derivados da execução de certas violações relacionadas a jogos de azar.

    O projeto de Young foi precedido por um projeto de lei com um título menos descritivo em Kentucky — atualmente chamado Projeto de Lei 376 da Câmara. Apresentado por T.J. Roberts, um membro republicano da Câmara dos Representantes de Kentucky, o projeto propõe que o estado comece a investir em ativos digitais e metais preciosos.

    O Bitcoin, ou qualquer outra criptomoeda, não é mencionado explicitamente no projeto de Roberts, de acordo com o texto da proposta. No entanto, o projeto limita os ativos digitais que podem ser adquiridos pelo estado àqueles com uma capitalização de mercado de pelo menos 750 bilhões de dólares, tornando o Bitcoin a opção implícita de Kentucky.

    Tomadas em conjunto, essas iniciativas representam um interesse bipartidário na criação de reservas de Bitcoin em nível estadual. A movimentação segue a promessa ainda não concretizada do presidente Donald Trump durante a campanha do ano passado de criar um estoque estratégico de Bitcoin.

    Até agora, Dakota do Norte é o único estado dos EUA que rejeitou um projeto de lei relacionado à criação de uma reserva de Bitcoin, segundo o Bitcoin Reserve Monitor. Outros dezesseis estados, excluindo Maryland e Kentucky, já viram projetos semelhantes serem propostos.

    Alguns estados estão mais próximos de transformar essas propostas em lei. Em Utah, um projeto de lei para uma reserva de criptomoedas foi aprovado em comissão no mês passado, avançando para uma nova fase de aprovação. Em Arizona, um projeto semelhante também foi aprovado em comissão no mês passado, preparando-se para votação no plenário do Senado estadual.

    * Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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  • VanEck prevê quanto a Solana valerá no final do ano

    VanEck prevê quanto a Solana valerá no final do ano

    VanEck, gestora de investimentos global com sede nos EUA, publicou na quinta-feira (6) no X sua previsão para o preço da Solana (SOL), prevendo que a criptomoeda pode atingir US$ 520 até o final deste ano, atingindo uma capitalização mercado de aproximadamente US$ 250 bilhões.

    Isso significa mais que o dobro do mercado atual de US$ 98 bilhões, o que mantém a criptomoeda na 5ª posição dos ativos virtuais mais importantes. Nesta manhã de sexta-feira, SOL é negociado em cerca de US$ 200.

    De acordo com a publicação, a análise da equipe da VanEck contou com um modelo de previsão autorregressivo (AR) — prevê comportamento futuro com base em dados de comportamento passado — e avaliou a Solana com base em sua participação de mercado projetada para o fim do ano em uma plataforma de contratos inteligentes.

    De acordo com o The Block, os analistas da VanEck fizeram previsões de preços elevadas e irrealistas no passado.

    Em 2022, o analista sênior da VanEck, Patrick Bush, previu que o ATOM, token nativo da Cosmos, poderia atingir US$ 1,4 mil até o final de 2030; posteriormente, o relatório reduziu a previsão para US$ 140.

    Em uma postagem seguinte, a VanEck adicionou um aviso de que a empresa tem posições na Solana, e sua previsão de preço não é uma recomendação para comprar ou vender a criptomoeda.

    Vale lembrar que em junho do ano passado a VanEck apresentou uma declaração de registro S-1 para o seu “VanEck Solana Trust”, o que representa a primeira tentativa pública de lançar um ETF de Solana à vista nos Estados Unidos.

    O pedido pode estar alinhado ao crescimento da rede Solana no último ano, dada a popularidade das memecoins cunhadas em sua blockchain. Em seu pico recente em novembro, o protocolo viu mais de 135 milhões de endereços de carteira ativos, de acordo com o painel de dados do The Block.

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  • Bitcoin e a teoria dos jogos: como a competição acelerou a ascensão da maior criptomoeda do mundo

    Bitcoin e a teoria dos jogos: como a competição acelerou a ascensão da maior criptomoeda do mundo

    Cada escolha que fazemos depende do que queremos — e do que os outros podem fazer em resposta. Essa dinâmica é a essência da teoria dos jogos. A teoria dos jogos explica como jogadores racionais antecipam as ações dos outros para maximizar seus resultados.

    Mas o que exatamente é a teoria dos jogos e por que ela importa para o Bitcoin?

    O que é teoria dos jogos?

    A teoria dos jogos ajuda a explicar por que as pessoas (ou empresas ou países) podem nem sempre agir de maneiras que pareçam lógicas ou justas. Ela mostra como o medo, a confiança e a estratégia desempenham um papel na tomada de decisões. Ela também fornece ferramentas para projetar sistemas melhores, como leilões, regras de votação ou mercados online, onde todos podem se beneficiar mais ao fazer escolhas inteligentes e estratégicas.

    O matemático John von Neumann desenvolveu o conceito de teoria dos jogos na década de 1920. Seu primeiro grande avanço foi um artigo de 1928 sobre tomada de decisão estratégica, onde ele introduziu o teorema minimax.

    Ele mostrou que em jogos de soma zero, onde uma pessoa vence às custas da outra (como xadrez), jogadores racionais sempre otimizam para o pior cenário. Por exemplo, em um jogo como pedra-papel-tesoura, a abordagem ideal não é seguir um padrão, mas fazer escolhas aleatoriamente, evitando que um oponente preveja e explore seus movimentos.

    “A teoria dos jogos é o estudo de como os tomadores de decisão interagem”, disse o Dr. Matthew Stephenson, chefe de pesquisa da empresa de capital de risco Pantera Capital, ao Decrypt em uma entrevista. “É um conjunto de ferramentas para entender o comportamento deles”, que ele disse ser geralmente baseado em “duas ideias-chave”: os tomadores de decisão têm objetivos e respondem às ações dos outros.

    Por exemplo, em um jogo como o xadrez, o objetivo típico é vencer; ao jogar nos mercados, o objetivo é ganhar dinheiro.

    “No xadrez, o sucesso requer antecipar os movimentos do oponente; nos mercados, a lucratividade depende de mudanças de preço e comportamento de negociação”, disse Stephenson. “Esses dois princípios — ter objetivos e responder aos outros — são fundamentais para a teoria dos jogos e fornecem modelos flexíveis para analisar diferentes situações estratégicas e prever comportamentos.”

    O dilema do prisioneiro

    Um princípio importante na teoria dos jogos é o Equilíbrio de Nash (Nash Equilibrium), um estado em que nenhum jogador pode melhorar seu resultado mudando sua estratégia sozinho. Um exemplo clássico do Equilíbrio de Nash é o Dilema do Prisioneiro.

    No Dilema do Prisioneiro, dois suspeitos são interrogados separadamente e devem decidir se confessam ou ficam em silêncio. Se ambos ficarem em silêncio, recebem sentenças leves. Se um confessar enquanto o outro fica em silêncio, o confessor fica livre enquanto o silencioso recebe uma sentença severa.

    Se ambos confessarem, ambos recebem uma sentença moderada. Como nenhum dos prisioneiros pode melhorar sua situação mudando unilateralmente sua escolha, confessar deve ser o Equilíbrio de Nash resultante.

    A teoria dos jogos também distingue entre jogos de soma zero, nos quais o ganho de um jogador é a perda de outro (a maioria dos jogos é de soma zero — há vencedores e perdedores) e jogos de soma positiva, nos quais a cooperação permite que todos os jogadores se beneficiem (dois países negociando recursos, resultando em um ganho para todos, por exemplo).

    Em economia e finanças, a teoria dos jogos ajuda a analisar estratégias de preços, competição de mercado, negociações e comportamento do investidor. Ao modelar interações estratégicas, a teoria dos jogos fornece insights sobre a tomada de decisões em ambientes competitivos e cooperativos.

    (Reprodução/Decrypt)

    Como a teoria dos jogos influencia o Bitcoin

    Stephenson explicou que a adoção do Bitcoin, quando vista através das lentes da teoria dos jogos, é primariamente motivada por seu papel na prevenção da desvalorização fiduciária. Os governos podem imprimir dinheiro, criando uma “ilusão monetária” onde os gastos ocorrem antes que a desvalorização seja realizada. O Bitcoin combate isso com um suprimento fixo, removendo a manipulação inflacionária.

    “O Bitcoin é como um maçarico”, disse Stephenson, querendo dizer que ele age como um mecanismo de pressão. “Se você assume que todos são perfeitamente racionais, então apenas a possibilidade do Bitcoin ser amplamente adotado força outros a agirem — aconteça ou não. A mera ameaça de uma moeda descentralizada e não controlada pelo estado pode influenciar instituições financeiras, bancos centrais e corporações a ajustar suas estratégias em resposta.”

    O limite de 21 milhões do Bitcoin recompensa os primeiros usuários, que se beneficiam mais com o crescimento da demanda, enquanto os últimos usuários pagam mais, criando um forte incentivo para o investimento inicial, como visto na ascensão do Bitcoin de um ativo de nicho na década de 2010 para o reconhecimento popular em 2025.

    Teoria dos jogos do Bitcoin em ação: o manual da Strategy

    Embora esteja se tornando comum ouvir sobre empresas investindo em Bitcoin, a primeira grande empresa não relacionada a criptomoedas a lançar uma estratégia de investimento dedicada a Bitcoin foi a empresa de tecnologia Strategy (antes MicroStrategy), sediada na Virgínia, EUA, liderada por seu cofundador e presidente Michael Saylor.

    A Strategy fez seu primeiro investimento em agosto de 2020, comprando US$ 425 milhões em Bitcoin. Em fevereiro de 2025, o tesouro de Bitcoin da Strategy atingiu 471.107 BTC, cerca de US$ 49,32 bilhões.

    Essa era a estratégia.

    A compra contínua de Bitcoin pela MicroStrategy desencadeou um efeito FOMO competitivo, e logo empresas como a Tesla, a empresa japonesa Metaplanet, a empresa de tecnologia de saúde Semler Scientific e a KULR Technology Group compraram a ação.

    Essa foi a resposta.

    Essas duas coisas — estratégia e resposta — ilustram a teoria dos jogos em ação, à medida que as empresas avaliam o risco de desvalorização do balanço patrimonial em relação à vantagem de adotar o Bitcoin antes dos concorrentes.

    “Meu melhor palpite é que, para a maioria das empresas que estão entrando no Bitcoin, é difícil ver esses movimentos como mais do que uma jogada de marca”, disse Stephenson.

    “O movimento mais estratégico, além de apenas querer que as pessoas do Bitcoin pensem que são legais, é abordar investidores que continuam perguntando: ‘O que você está fazendo com a nova tecnologia? O que você está fazendo com a criptomoeda?’ Manter Bitcoin os satisfaz.”

    Algumas empresas, continuou Stephenson, também podem usar essas compras para influenciar o mercado.

    “Talvez não com Bitcoin, mas com outros ativos — causando impacto, elevando os preços e, de repente, mantendo algo mais valioso”, disse ele. “Quer eles vendam ou não, a oportunidade está lá.”

    De uma perspectiva econômica, no entanto, Stephenson permaneceu cético quanto aos motivos pelos quais as empresas que fabricam um produto anunciariam ter Bitcoin.

    “Empresas que produzem bens e serviços reais não deveriam brincar com criptomoedas ou investimentos financeiros”, ele disse. “Esse dinheiro deveria voltar para seus negócios ou para investidores.”

    Teoria dos jogos do estado-nação: vantagem do pioneiro nas reservas de Bitcoin

    Não são apenas as corporações que alavancam a teoria dos jogos com o Bitcoin — os estados-nação também estão se envolvendo, embora de forma diferente de indivíduos e empresas.

    Os estados-nação podem enfrentar limitações em sua capacidade de enganar seus adversários e agir furtivamente, devido a fatores como governo representativo e a necessidade de transparência, dificultando o acúmulo de Bitcoin sem que ninguém saiba.

    Em 2021, El Salvador se tornou oficialmente o primeiro país a tornar o Bitcoin moeda de curso legal. De uma perspectiva de teoria dos jogos, El Salvador teve uma vantagem de pioneiro ao adotar o Bitcoin. El Salvador buscou atrair investimentos e reduzir a dependência do dólar americano.

    A vantagem de pioneiro se refere à vantagem competitiva obtida por ser o primeiro a entrar em um mercado ou adotar uma nova tecnologia.

    A vantagem de ser o pioneiro também deu a noção percebida de que seria benéfico mudar para El Salvador enquanto países como os Estados Unidos continuavam lidando com incertezas regulatórias.

    Três anos depois, na preparação para a eleição presidencial dos EUA de 2024, o Bitcoin se tornou uma questão política. Tanto Donald Trump quanto a ex-vice-presidente Kamala Harris fizeram propostas à comunidade Bitcoin. Uma das promessas de Trump foi a criação de uma reserva estratégica de Bitcoin, um movimento defendido pela proeminente Bitcoiner, a senadora de Wyoming Cynthia Lummis.

    (Reprodução/X)

    O diretor administrativo da Swan Bitcoin Private Client Services, John Haar, disse ao Decrypt que a formação de uma reserva estratégica de Bitcoin dependerá de como os EUA administrarão o Bitcoin que já possuem.

    “Os EUA detêm cerca de 200.000 Bitcoins, o que os torna um dos principais detentores governamentais”, disse Haar. “Eles podem argumentar: “Já temos as maiores participações publicamente conhecidas, então nossa posição é sólida.”

    Os países competem diversificando suas reservas, explicou Haar, acrescentando que, embora o sistema financeiro dos EUA permaneça estável, o Bitcoin está crescendo como um ativo monetário neutro.

    “Mesmo que os EUA não precisem, manter uma reserva significativa pode ser uma vantagem estratégica”, disse ele.

    Haar argumentou que o design baseado na teoria dos jogos do Bitcoin cria um sistema auto-reforçador que é altamente resistente a ataques ou tentativas de controle centralizado devido à enorme quantidade de recursos necessários para atacar a rede de forma eficaz.

    “Se a rede detectar agentes maliciosos tentando obter poder de hash, os agentes honestos podem aumentar sua taxa de hash para elevar ainda mais o nível dos invasores”, disse Haar.

    Vencedores e perdedores: o que acontece com os que adotam tardiamente?

    Embora a teoria dos jogos tenha vencedores e perdedores, Haar alertou contra considerar investir em Bitcoin um jogo de soma zero. Ao contrário de uma torta fixa, onde o ganho de uma pessoa vem às custas de outra, o valor do Bitcoin pode crescer ao longo do tempo e, com adoção mais ampla e expansão de mercado, pode beneficiar vários participantes em vez de um único “vencedor”.

    Haar desafiou a ideia de que novos compradores de Bitcoin estão de alguma forma em desvantagem porque os primeiros usuários lucraram.

    “Não acredito que essa seja a estrutura que deveríamos usar”, disse ele. “Se você aplicar isso a outros ativos ainda mais populares do que o Bitcoin — imóveis, ações do Google, o S&P 500 ou qualquer ação de tecnologia — as pessoas geralmente não pensam dessa forma.”

    Em vez disso, ele argumenta que investir em qualquer ativo valioso — seja Bitcoin, imóveis ou ações — deve ser visto como uma decisão voltada para o futuro e não uma oportunidade perdida.

    “Enquanto o Bitcoin continuar sendo um ativo para armazenar riqueza, a versão meme dessa ideia se aplica: o melhor momento para comprar Bitcoin foi em 2011, quando ele atingiu US$ 1 pela primeira vez. O segundo melhor momento é hoje”, disse ele. “Depois que você descobre, você embarca — é tudo o que você pode fazer.”

    * Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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