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  • EUA vão libertar criador de exchange de Bitcoin preso na Rússia em troca de prisioneiros

    EUA vão libertar criador de exchange de Bitcoin preso na Rússia em troca de prisioneiros

    Os EUA libertarão um criminoso ligado a criptomoedas como parte de uma troca de prisioneiros com a Rússia, de acordo com reportagens da Reuters e do Wall Street Journal.

    Alexander Vinnik, que operava a BTC-e, uma exchange de Bitcoin fechada pelo FBI em 2017 por suposta lavagem de dinheiro, será libertado nesta quarta-feira (12), após Moscou ter libertado o americano Marc Fogel na terça-feira (11).

    Vinnik se declarou culpado no ano passado por conspiração para cometer lavagem de dinheiro.

    O site Decrypt entrou em contato com o Departamento de Justiça dos EUA para confirmação, mas ainda não recebeu resposta.

    A BTC-e foi uma exchange de criptomoedas que operou nos Estados Unidos de 2011 a 2017 e movimentou cerca de US$ 9 bilhões em transações de Bitcoin nesse período, segundo o Departamento de Justiça (DOJ).

    A equipe por trás da exchange permitia que criminosos negociassem Bitcoin anonimamente e lavassem dinheiro ilícito, conforme afirmou o DOJ.

    As autoridades federais também disseram que Vinnik trabalhava com Alexey Bilyuchenko, acusado em 2023 de envolvimento no infame hack da Mt. Gox — uma das principais exchanges de criptomoedas da época, que ainda está no processo de reembolsar antigos clientes após um roubo massivo de Bitcoin.

    Fogel, de 63 anos, chegou aos EUA ontem como parte da troca de prisioneiros. Ele estava cumprindo uma sentença de 14 anos por tráfico de drogas, após ser flagrado em um aeroporto de Moscou em 2021 com maconha medicinal.

    * Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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  • Skyline: Justiça bloqueia bens de contador de suposta pirâmide financeira

    Skyline: Justiça bloqueia bens de contador de suposta pirâmide financeira

    O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decretou o bloqueio dos bens do contador Fabiano Cruz Silva, da FC Contabilidade Ltda., investigado por envolvimento no esquema da suposta pirâmide financeira Skyline. A ação foi proposta por uma vítima da fraude e a decisão é da 7ª Vara Cível da Comarca de Osasco/SP.

    A Skyline, empresa acusada de operar um esquema fraudulento de captação ilícita de recursos, já havia sido alvo de medidas judiciais anteriores, incluindo a intervenção em suas atividades. Entretanto, segundo os autos, a empresa encontra-se inativa, o que levou o Tribunal a estender a indisponibilidade de bens a outras pessoas físicas e jurídicas associadas ao grupo econômico.

    O contador Fabiano Cruz Silva e sua empresa FC Contabilidade Ltda. foram identificados como integrantes do conglomerado da Skyline, utilizando-se do mesmo endereço comercial e possuindo vínculos diretos com os responsáveis pela fraude. Os bens do contador, agora congelados, poderão futuramente ser utilizados para ressarcir a vítima que entrou na Justiça.

    “A decisão do TJSP reforça o entendimento de que, em casos de esquemas fraudulentos como pirâmides financeiras, a desconsideração da personalidade jurídica e a indisponibilidade de bens são medidas necessárias para evitar a dilapidação do patrimônio e garantir a reparação dos prejuízos sofridos pelas vítimas”, afirma Vitor Gomes Rodrigues de Mello, advogado responsável pela defesa da vítima da Skyline que conseguiu a vitória judicial.

    Além deste caso, a Skyline e seus administradores são alvos de diversas ações judiciais no TJSP, e investigações conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) dos estados de Mato Grosso e São Paulo indicam suposta prática de crimes como organização criminosa e lavagem de dinheiro.

    Advogado de pirâmide teve caso parecido

    Caso semelhante ocorreu em janeiro deste ano: a Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de bens do advogado Assuramaya Kuthumi Meichizedek Nicola dos Anjos, após serem identificados indícios de seu envolvimento em atos ilícitos relacionados à Bluebenx, empresa acusada de operar um esquema de pirâmide financeira com criptomoedas.

    A decisão foi da juíza Luciane Cristina Silva Tavares, da 3ª Vara Cível de São Paulo, e depois confirmada pelo Tribunal de Justiça em segunda instância.

    A defesa da vítima autora da ação alega que Assurayama teria contribuído supostamente para ocultação de valores e bens dos sócios da Bluebenx por meio de seu escritório de advocacia. 

    Além disso, a defesa aponta que em inquérito policial em ação que tramita na 2ª Vara de Crimes Tributários de São Paulo está indicado que houve expressamente transferência de valores da pirâmide para Assurayama, o que o coloca como um suposto laranja do esquema.  

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  • Memecoin da República Centro-Africana desaba mais de 93% em 3 dias

    Memecoin da República Centro-Africana desaba mais de 93% em 3 dias

    A memecoin Central African Republic Meme ($CAR), endossada pelo próprio presidente da República Centro-Africana, Faustin-Archange Touadéra, já desvalorizou 91% desde seu lançamento no mercado, no último domingo (9).

    De acordo com dados do Coingecko, o token CAR é negociado nesta quarta-feira (11) a US$ 0,0494, preço 91% inferior ao pico de US$ 0,45 atingido no domingo, quando foi cunhado na Pump.fun, uma plataforma de lançamento de memecoins baseada na rede Solana. Mas se for considerado o pico de US$ 0,56 registrado pelo Coingecko na segunda-feira (10), a queda aumenta para 93%.

    Naquela altura, o ativo chegou a obter uma capitalização de mercado de US$ 374,4 milhões; agora, seu valor não passa de US$ 37,7 milhões.

    (Fonte: Coingecko)

    Segundo a postagem atribuída ao presidente Touadéra no X, o token busca “unir a população, impulsionar a economia e posicionar o país no cenário global”.

    O projeto, no entanto, ganhou cara de golpe, já que trata-se de uma autoridade máxima de um país endossando uma criptomoeda em meio a vários casos de contas X de autoridades governamentais hackeadas para promover falsos projetos.

    Um vídeo de Touadéra promovendo o token também passou a ser questionado, já que muitos serviços de IA podem com facilidade fazer com que um vídeo falso pareça real.

    Presidente endossa novamente o token CAR

    No entanto, nesta quarta-feira (12), após rumores negativos em torno do projeto, o presidente Touadéra reafirmou o endosso na memecoin CAR, negando inclusive que sua conta X tenha sido hackeada.

    “Minha conta não foi hackeada, não fui vítima de nenhum deepfake e reafirmo meu compromisso com a inovação, blockchain e o desenvolvimento da @CARMemecoinNews na República Centro-Africana”, escreveu o presidente.

    A conta @CARMemecoinNews mencionada é dedicada em trazer atualizações sobre o projeto Central African Republic Meme. Em um post na terça-feira (11), a conta afirmou que a memecoin chegou a  alcançar um valor de mercado de US$ 900 milhões e que o token está listado em várias exchanges, acrescentando:

    “Estamos expandindo nossas listagens e garantindo grandes parcerias para fortalecer nossa presença no mercado. Um impulso de marketing global impulsionará maior visibilidade e engajamento. Também estamos forjando colaborações no mundo real com grandes instituições para aumentar a credibilidade e o impacto. Além disso, espere atualizações regulares sobre as principais iniciativas de desenvolvimento do país à medida que continuamos a impulsionar o crescimento e a inovação”.

    O lançamento da memecoin ocorre cerca de três anos após a República Centro-Africana se tornar o primeiro na África e o segundo no mundo, atrás de El Salvador, a adotar o Bitcoin como moeda de curso legal. Porém, revogou a legalidade do BTC em 2023. O país também já lançou no passado o Sango Coin, destinado a tokenizar recursos naturais.

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  • Minerador solo de Bitcoin supera probabilidades e fatura R$ 1,7 milhão

    Minerador solo de Bitcoin supera probabilidades e fatura R$ 1,7 milhão

    Outro minerador de Bitcoin obteve sucesso na segunda-feira (10), minerando um bloco sozinho e ganhando uma recompensa de 3,125 BTC sem a ajuda dos recursos de uma grande empresa. 

    Conforme sinalizado primeiramente pelo jornalista Pete Rizzo, um minerador desconhecido processou na ocasião o bloco 883.181 do Bitcoin. O bloco continha 3.071 transações e o minerador recebeu um pagamento de 3,125 BTC, bem como 0,033 BTC em taxas. 

    As recompensas totalizam, portanto, 3.158 BTC. O minerador recebeu cerca de US$ 310 mil; em reais, o valor é de R$ 1,75 milhão, com base no preço do Bitcoin no momento da resolução do bloco.

    (Reprodução/X)

    Não está claro como o minerador conseguiu minerar o bloco, mas alguns especularam no X que ele pode ter usado uma máquina simples de US$ 200. 

    Os mineradores de Bitcoin são operações que trabalham para processar transações e manter a rede Bitcoin segura. A mineração de Bitcoin fica cada vez mais difícil — e consome mais energia — com o passar dos anos e, portanto, requer mais recursos.

    A maioria dos blocos minerados diariamente fica por conta de grandes operações industriais: armazéns cheios de máquinas de mineração caras e barulhentas, administradas por empresas, muitas das quais são públicas e negociadas nas bolsas de valores dos EUA.

    Mas de vez em quando um “minerador solo” pode ter sorte e minerar um bloco sozinho. As chances de fazer isso, no entanto, são pequenas — e atualmente é como ganhar na loteria.

    No mês passado, um minerador solo conseguiu minerar um bloco usando uma máquina velha e barata, mas depois descobriu-se que a operação havia recebido poder de hash de um minerador maior e mais estabelecido para ajudar no trabalho.

    * Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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  • Plume Network e Mercado Bitcoin se unem para tokenizar US$ 40 milhões em ativos

    Plume Network e Mercado Bitcoin se unem para tokenizar US$ 40 milhões em ativos

    A Plume Network, primeira blockchain desenvolvida exclusivamente para a tokenização de ativos do mundo real (RWAfi), e o MB | Mercado Bitcoin, maior plataforma de investimentos em ativos digitais da América Latina, anunciaram nesta quarta-feira (12) uma parceria estratégica inédita. Pela primeira vez, uma exchange brasileira vai possibilitar a distribuição global e o staking de ativos do mundo real (RWAs) tokenizados.

    A iniciativa envolve a tokenização de US$ 40 milhões em ativos, criando uma ponte direta entre investidores internacionais e o mercado brasileiro. Isso abre novas oportunidades para quem busca rentabilidade no país que lidera a economia da América Latina, representando mais de 40% do PIB da região.

    Com essa parceria, o MB vai utilizar a infraestrutura blockchain da Plume Network para tokenizar diferentes tipos de ativos, como títulos lastreados, crédito ao consumidor, dívida corporativa e recebíveis. Com isso, investidores do mundo todo poderão acessar esses ativos de forma mais ágil e segura.

    O futuro dos ativos tokenizados na América Latina

    “O Mercado Bitcoin é o parceiro ideal para o Brasil. Estamos muito felizes que eles escolheram a Plume para dar escala à tokenização e distribuição de RWAs”, diz Chris Yin, CEO da Plume.

    “Essa parceria responde à demanda crescente por ativos tokenizados, conectando investimentos globais a um mercado pronto para recebê-los. Sempre se falou que o mundo cripto poderia democratizar o acesso ao mercado financeiro, especialmente nos países emergentes. Agora, com o RWAfi, isso finalmente está acontecendo: estamos trazendo investimentos acessíveis e de qualidade para todo mundo.”

    A Plume Network foi criada para integrar ativos tokenizados ao universo DeFi, permitindo que os RWAs do MB possam ser usados em protocolos de empréstimos, financiamentos e staking. Isso significa mais liquidez, mais oportunidades de rendimento e um mercado financeiro mais eficiente e acessível.

    Mais oportunidades para empresas brasileiras e investidores globais

    “Essa parceria com a Plume Network é um avanço na nossa missão de democratizar o mercado financeiro por meio da blockchain”, afirma Fabricio Tota, VP de Novos Negócios do MB.

    “De um lado, estamos permitindo que pequenas e médias empresas, que muitas vezes não têm acesso ao crédito tradicional, consigam captar recursos de forma mais eficiente por meio da tokenização. Do outro, estamos dando aos investidores – tanto brasileiros quanto estrangeiros – acesso a ativos financeiros que antes eram restritos a um grupo seleto. Isso representa um grande passo para tornar o sistema financeiro mais inclusivo, líquido e transparente.”

    O Brasil tem se destacado como um líder global em inovação financeira, impulsionado pela revolução dos bancos digitais e fintechs. Com um PIB acima de US$ 2 trilhões e milhões de pessoas entrando no sistema financeiro digital, o país se tornou um dos mercados mais promissores para ativos tokenizados e novas soluções de investimento baseadas em blockchain.

    A partir de agora, investidores de qualquer lugar do mundo terão acesso simplificado e seguro a ativos brasileiros diversificados, por meio da Plume. A tecnologia da Plume Network permite uma tokenização ágil e eficiente, garantindo a distribuição global desses ativos e novas possibilidades de rentabilidade.

    Essa iniciativa reforça o papel da tecnologia na conexão entre mercados emergentes e desenvolvidos, impulsionando o crescimento econômico na América Latina e oferecendo aos investidores acesso a oportunidades que antes estavam fora de alcance.

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  • Worldcoin: “Registro da íris em blockchain deve ter meio funcional para exclusão”, diz especialista

    Worldcoin: “Registro da íris em blockchain deve ter meio funcional para exclusão”, diz especialista

    A Worldcoin foi proibida nesta terça-feira (11) de pagar pelo registro em blockchain da íris de brasileiros, coisa que a empresa fundada por Sam Altman, criador da OpenAi, fazia usando criptomoedas. Diante desse cenário, a iniciativa resolver interromper no momento o projeto, mas os postos de coleta seguem abertos, só que apenas para divulgar informações sobre o projeto.

    Um dos argumentos da proibição imposta pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) é que o pagamento, que estava sendo no equivalente a cerca de US$ 600, poderia fazer com que pessoas em situação de necessidade aceitassem conceder os dados sem necessariamente concordar com o projeto – uma venda de dados personalíssimos motivada pelo desespero econômico.

    “O argumento do Ministério Público tem um fundamento do ponto de vista ético e jurídico. O pagamento para a coleta de um dado sensível pode gerar sim uma situação de coação econômica, onde as pessoas em situação de vulnerabilidade aceitam fornecer sua biometria, não porque realmente desejam e compreende, mas porque precisam do dinheiro”, afirma Marcelo Crespo, advogado especialista em legislação sobre dados e coordenador do curso de Direito da ESPM.

    Advogado e professor Marcelo Crespo (Foto: Arquivo Pessoal)

    O advogado lembra que a coleta massiva de dados pessoais por redes sociais já é um problema, mas que no caso da Worldcoin existe um complicador: a biometria da íris é única e imutável. “Isso torna a sua coleta um pouco mais problemática.”

    Outro pontos analisado por Crespo é o fato de que esses dados da íris são registrados em blockchain, um sistema feito tornar eterno todos os registros. A Lei Geral de Proteção de Dados prevê a possibilidade de que a pessoa exija a exclusão de seus dados, o que gera um conflito com a tecnologia.

    “O Estado deve proibir os armazenamento de dados biométricos em blockchain sem que haja um mecanismo funcional de exclusão”, afirma Crespo.

    Sobre as alegações do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) de que empresas poderiam usar dados da íris para negar acesso aos planos de saúde, Crespo diz que não se trata de ficção científica. “A preocupação tem um fundamento teórico, mas a gente ainda não tem indícios concretos de que a tecnologia da Worldcoin permitiria essa condição de identificações da saúde a partir da biometria da íris.”

    Por meio de nota, a Worldcoin se pronunciou sobre a decisão da ANPD: “A World respeita a decisão da ANPD. Como a ANPD está ciente, será necessário tempo para cumprir com a sua ordem. Para permitir que a World conclua as mudanças em coordenação com a ANPD e garanta conformidade durante esse processo, estamos voluntariamente e temporariamente pausando o serviço de verificações. Os espaços físicos da World permanecerão abertos para fornecer educação e informações ao público e pedimos desculpas por qualquer inconveniente aos que desejavam se juntar à World agora.”

    Por fim, o advogado ressalta que o Estado deve ter um acesso controlado ao banco de dados da Worldcoin, pois um acesso irrestrito do ente estatal também pode gerar problemas como vigilância em massa.

    Leia abaixo a entrevista completa:

    O argumento do MP para a interrupção do serviço da Worldcoin é que o pagamento para coletar a íris pode ser um fator que, em casos de pessoas hipossuficientes, entra no meio digamos assim do poder de escolha da pessoa. Você concorda com essa tese do MP?

    Marcelo Crespo: O argumento do Ministério Público tem um fundamento do ponto de vista ético e jurídico. Especialmente sob a ótica do consentimento livre, informado e inequívoco, que são exigências da Lei Geral de Proteção dos Dados, a LGPD. Assim, o pagamento para a coleta de um dado sensível pode gerar sim uma situação de coação econômica, onde as pessoas em situação de vulnerabilidade aceitam fornecer sua biometria, não porque realmente desejam e compreende, mas porque precisam do dinheiro. E esse tipo de relação pode ser problemático, porque pode ferir o princípio da autodeterminação informativa, que exige que as pessoas tenham liberdade real para decidir sobre o uso de seus dados pessoais. 

    De acordo com as boas práticas das legislações de dados ao redor do mundo, acha que esse projeto é defensável do ponto de vista ético? De certa forma, as redes sociais já são empresas privadas coletando massivamente dados da população em troca de um serviço. A diferença aqui seria a sensibilidade do dado?

    Marcelo Crespo: A coleta massiva de dados pessoais por parte de rede sociais e outras empresas já é um problema regulatório e ético conhecido há algum tempo. No caso da Worldcoin, a diferença central está na sensibilidade e irreversibilidade dos dados coletados. Enquanto os dados tradicionais como nome, e-mail e localização podem ser alterados ou excluídos, a biometria da íris é única e imutável. Isso torna a sua coleta um pouco mais problemática.

    Assim, a introdução do pagamento como incentivo, acaba agravando essa situação, pois pode gerar um mercado baseado na venda de identidades biométricas. Então depende muito de como a Worldcoin vai proteger, segregar e impedir que esses dados coletados sejam alvos de violações de dados pessoais.  

    Não é um complicador o fato do dado ser incluído em uma blockchain, um sistema que foi feito para gerar um eterno registro? Pelo que entendo um dos pilares das políticas de dados é a possibilidade da pessoa solicitar a exclusão definitiva do seu dado. 

    Marcelo Crespo: A questão do blockchain é um problema nesse projeto. O blockchain é feito para que os registros não sejam apagados. Então, um dos princípios fundamentais da legislação de proteção de dados é o que a gente chama de direito ao esquecimento. Uma vez que isso acaba sendo registrado no blockchain, é muito difícil de você reverter essa situação. Porque todo o sistema é feito para você auditar fatos e acontecimentos. 

    Na prática, uma pessoa que cedeu sua íris para a Worldcoin pode acabar não tendo meios reais de remover esse dado do blockchain. O que contraria normas básicas de privacidade e proteção de dados. É claro que eventualmente você pode fazer uma nova operação, dizendo que agora o titular do dado pediu o apagamento. Mas a primeira informação, a da coleta, como regra, fica no sistema. 

    O deputado Guilherme Boulos afirma que os dados poderiam ser usados para futuramente se negar um plano de saúde em uma pessoa que a íris aponta alguma comorbidade. Acredita que isso é um cenário plausível ou parece mais uma ficção científica?

    Marcelo Crespo: A preocupação tem um fundamento teórico, mas a gente ainda não tem indícios concretos de que a tecnologia da Worldcoin permitiria essa condição de identificações da saúde a partir da biometria da íris. A possibilidade do uso indevido de dados biométricos para discriminação em seguros, crédito e outros serviços não é uma ficção científica. Já existem precedentes de empresas que usam análises de dados para determinar o risco de saúde, comportamento financeiro e até propensão a fraudes. 

    O problema principal pode ser entendido como a falta de transparência. Os usuários realmente entendem quais informações podem ser inferidas a partir da coleta de sua íris? Existem garantias de que esses dados não serão usados para outros fins no futuro? A história da regulamentação da tecnologia nos mostra que muitas vezes os riscos surgem depois que o sistema já está em pleno vigor. 

    Como ficaria, diante da lei brasileira, o caso de uma pessoa que recebe o dinheiro pela íris e depois quer que o dado seja excluído. Ela teria que devolver o dinheiro?

    Marcelo Crespo: Se a Worldcoin estiver operando no Brasil e for enquadrada como uma controladora de dados pessoais – e como regra poderia ser – então ela estaria sujeita a LGPD, o que garante sim que os titulares tenham direito a eliminação dos seus dados. Mas se a empresa considerar o pagamento como uma troca definitiva, ela poderia alegar que os dados foram cedidos sob um contrato de adesão, o que implicaria a devolução. E aí dependeremos de uma interpretação judicial se o contrato poderia ser um contrato de adesão e se essa é uma cláusula leonina. 

    Mas a LGPD não condiciona o direito de exclusão ao reembolso de qualquer quantia. Então o usuário poderia sim exigir a eliminação sem a obrigação de devolver o valor recebido. Porque esse é um direito da LGPD. 

    Como deve ser a relação entre o Estado brasileiro e uma empresa que coleta centenas de milhares de dados ultra pessoais de brasileiros? O Estado deveria ter acesso a esse banco de dados sempre que quisesse?

    Marcelo Crespo: O Estado brasileiro deve manter uma postura vigilante. Exigir que a empresa tenha representação legal no país, realizar auditoria, proibir o armazenamento de dados biométricos em blockchain sem um mecanismo funcional de exclusão e estabelecer meios claros de acesso do governo ao banco de dados. 

    Mas o Estado ter acesso irrestrito, isso também poderia abrir precedentes perigosos para vigilância em massa e uso indevido das informações. Para isso tem uma Autoridade Nacional de Proteção de Dados, que sob a perspectiva da privacidade faria essa fiscalização.

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  • Elon Musk muda nome no X e faz preço de memecoins dispararem; entenda

    Elon Musk muda nome no X e faz preço de memecoins dispararem; entenda

    O dono do X, Elon Musk, mudou na terça-feira (11) o nome de sua conta na plataforma para Harry Bōlz — e com essa mudança, duas memecoins de mesmo nome cunhadas na rede Solana dispararam, com um trader sortudo transformando um investimento de US$ 156 em US$ 52 mil.

    Musk, que é o homem mais rico do mundo e líder do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), um novo braço do governo dos EUA que busca reduzir gastos, renomeou sua conta X. Ele não explicou o porquê — no entanto, esta não é a primeira vez que o CEO da Tesla e da SpaceX adota o nome. 

    Em abril de 2023, Musk mudou seu nome para Harry Bōlz, explicando que estava fazendo isso simplesmente para que as publicações da mídia se referissem a ele pelo nome.

    (Reprodução/X)

    Essa mudança de nome mais recente pode ser uma referência a Edward Coristine, um seguidor de Musk comumente chamado de “Big Balls”, que assumiu funções como consultor sênior no Departamento de Estado e no Departamento de Segurança Interna. Coristine trabalhou anteriormente para a startup Neuralink de Musk e atualmente ocupa uma posição no DOGE. 

    No entanto, conforme relatado pela Bloomberg, o jovem de 19 anos foi demitido de um estágio por “vazar informações internas” para concorrentes.

    Seus cargos no governo exigirão o manuseio de informações confidenciais, possivelmente incluindo material confidencial e comprometedor sobre outros países, informou o The Washington Post. Isso levou um funcionário não identificado dos EUA a dizer à publicação que a medida é “perigosa”.

    Apesar do retrocesso, Musk continua apoiando Big Balls, com muitos acreditando que a mudança de nome Harry Bōlz foi feita em solidariedade.

    (Reprodução/X)

    E com essa mudança, duas memecoins se tornaram parabólicas. 

    Um dos tokens Harry Bolz (HARRYBOLZ) estava ativo desde 7 de fevereiro, em meio a conversas de investidores online prevendo uma mudança de nome Musk. Este token disparou 54.637%, indo de uma capitalização de mercado de US$ 45,9 mil para US$ 25,1 milhões em apenas uma hora, embora tenha caído para US$ 8,5 milhões desde então.

    Um trader sortudo comprou US$ 1,9 mil em tokens no dia do lançamento, mantendo-o até a mudança de nome e realizando US$ 343,8 mil em lucro com sua venda. Outro trader comprou US$ 156 nos dois primeiros dias de lançamento e agora realizou US$ 52 mil em lucro.

    Um segundo token também foi criado, similarmente chamado Harry Bōlz (HARRYBOLZ), e está atualmente em um valor de mercado de quase US$ 3 milhões. Como o token não está ativo há tanto tempo, nem subiu tanto, há muito menos vencedores — com o maior trader lucrando US$ 6,1 mil, com um investimento de US$ 14,4 mil.

    Elon Musk já fez isso antes

    Esta não é a primeira vez que Musk muda seu nome X, o que gerou uma série de memecoins que saíram voando.

    No início de janeiro, Musk mudou seu nome para Kekius Maximus em referência ao seu personagem do videogame Path of Exile. Isso levou o token KEKIUS a subir mais de 3.000%, de uma capitalização de mercado de US$ 12,7 milhões para quase US$ 400 milhões, em um período de 30 horas.

    Tudo desmoronou quando Musk mudou seu nome de volta para o normal, fazendo com que o token despencasse 83% em um período de 10 horas.

    * Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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  • Polícia prende sequestradores de corretor de criptomoedas na Espanha; veja vídeo

    Polícia prende sequestradores de corretor de criptomoedas na Espanha; veja vídeo

    A Polícia Nacional da Espanha prendeu no sábado (8), em Marbella, três homens acusados de sequestrar um corretor de criptomoedas e exigir dele a transferência de 30.000 euros (cerca de R$ 180 mil). O desfecho aconteceu apenas 7 horas após a polícia ser acionada, dado ao raciocínio rápido da vítima.

    A vítima, um homem de 34 anos que fala hindi, foi atraída para um apartamento na cidade de Estepona após um encontro casual em Marbella. Segundo informou a Polícia Nacional, os sequestradores o amarraram e exigiram criptomoedas para libertá-lo, ameaçando-o matá-lo caso não acessasse as carteiras de criptomoedas de seus clientes.

    Ele conseguiu escapar ao fingir ligar para um cliente, quando, na verdade, chamou um amigo em Londres e explicou a situação em um idioma que os sequestradores não entendiam. O amigo alertou a mãe da vítima, que acionou a polícia.

    Os investigadores do Grupo Especial de Operações de Segurança de Málaga localizaram o apartamento, onde agentes fortemente armados monitoravam a movimentação suspeita dos criminosos. Antes da invasão, a vítima aproveitou um momento de distração dos sequestradores, que segundo o Dailymail eram britânicos, correu e saltou de uma varanda de mais de 9 metros, quebrando os tornozelos na queda.

    Pouco depois, os três sequestradores foram interceptados pela polícia enquanto tentavam fugir em um Audi. 

    “Ele foi imediatamente tratado pelos policiais e levado para um hospital, onde foi tratado de seus ferimentos. Ao mesmo tempo, eles observaram três homens tentando fugir do local a bordo de um veículo de alto padrão, que foi interceptado naquele momento pelos agentes e todos foram presos”, descreve a polícia.

    Durante a busca no apartamento, os agentes encontraram quase 10.000 euros, armas de fogo, relógios de luxo, máquina de contar dinheiro, além de 25g de cocaína e uma balança de precisão.

    Os suspeitos foram detidos em uma operação de sete horas chamada “Operação Espino” e, após audiência no tribunal, foram encaminhados à prisão. A polícia suspeita que os homens planejaram o crime depois que o corretor contou a eles o que fazia para viver.

    A investigação revelou que os criminosos planejaram o sequestro após conhecerem a vítima em um hotel de Marbella. Durante uma conversa, perceberam que ele tinha acesso a grandes quantidades de criptomoedas e decidiram atraí-lo para o apartamento onde foi mantido refém.

    A rápida ação da vítima e a mobilização da polícia impediram que o crime tivesse um desfecho mais grave. Segundo a polícia, os suspeitos irão responder pelos crimes sequestro, lesão corporal, organização criminosa, porte ilegal de armas e tráfico de drogas.

    Veja abaixo o vídeo da ação policial:

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  • Uniswap acaba de lançar sua própria blockchain; conheça a Unichain

    Uniswap acaba de lançar sua própria blockchain; conheça a Unichain

    A Uniswap Labs, equipe de desenvolvedores por trás da exchange descentralizada (Dex) Uniswap, comunicou nesta terça-feira (11) que a rede principal de sua blockchain de segunda camada baseada no Ethereum, Unichain, está no ar, após um período de testes de cerca de quatro meses.

    A rede é construída no OP Stack, uma estrutura modular que permite aos desenvolvedores construir blockchains interoperáveis ​​de segunda camada com base na tecnologia de rollup da Optimism. Segundo a empresa, a rede foi testada com 95 milhões de transações e mais de 14,7 milhões de contratos inteligentes implantados pela comunidade.

    Em seu site oficial, a Uniswap apresentou a Unichain como “um novo lar para as finanças descentralizadas (DeFi), taxas mais baixas, transações mais rápidas, interoperável e descentralizada”. “Não poderíamos estar mais animados em ter a Unichain no mundo”, ressalta.

    Leia também: O que são redes de segunda camada, rollups e sidechains?

    Unichain

    Segundo comentários do fundador da Uniswap, Hayden Adams, ao The Block, a nova blockchain não apenas dará à Uniswap uma rede própria (que hoje opera em 30 redes com cerca de US$ 5 bilhões bloqueados), mas também ajudará a reduzir a fragmentação causada pela expansão das soluções de escalabilidade do Ethereum.

    O objetivo é facilitar a navegação no universo cross-chain (que conecta diferentes blockchains) e aprimorar a experiência dos usuários. Embora a Unichain seja uma rede voltada para DeFi, ela poderá ser usada para diversos outros propósitos, assim como outras redes de segunda camada de uso geral.

    A Unichain lançará o Rollup-Boost, criado com a empresa Flashbots, para reduzir o tempo de blocos para menos de um segundo. Inicialmente, os blocos terão 1-2 segundos.

    A Unichain também está implementando um modelo de “prioridade justa” em seus leilões de gás, garantindo que as transações dos usuários não sejam reordenadas para extrair valor indevidamente. Além disso, também vai incluir uma rede de validação exclusiva (Unichain Validation Network – UVN) com provas de falhas sem permissão que permitirá que qualquer pessoa desafie transações fraudulentas ou maliciosas.

    Controle centralizado

    Sobre o controle centralizado, sequenciadores centralizados são essenciais para as redes Optimism, mas geram debate na escalabilidade do Ethereum. Eles capturam todas as taxas de transação e podem causar problemas de MEV (valor máximo extraível), exigindo confiança no operador.

    Segundo Adams, usuários podem esperar a assinatura da rede de validação para mais segurança. A confirmação pode levar de milissegundos a segundos, dependendo do nível de confiança desejado.

    No futuro, o sequenciador pode se tornar irrelevante se o construtor e a rede de validação funcionarem de forma eficiente.

    65% da receita irá para validadores

    Sobre o token UNI, Hayden Adams afirmou que o ativo terá um papel como “token de rede” no processo de validação, mas evitou comentar sobre o debate sobre “troca de taxas” para direcionar parte das receitas aos detentores.

    Ele explicou que o UNI mantém sua função de governança, mas que a troca de taxas dependeria do sistema de governança e não é o foco da Uniswap Labs.

    Além disso, houve críticas de usuários que se sentiram deixados de lado pela Uniswap Labs ao desenvolver a Unichain sem consultar os detentores de tokens. Alguns levantaram preocupações sobre o conflito entre os interesses dos acionistas e dos detentores de tokens, especialmente porque muitos compraram UNI esperando a troca de taxas.

    Por fim, 65% da receita líquida da Unichain será destinada a validadores e stakers da UVN quando o programa for lançado no final do ano, enquanto cerca de 20% da receita irá diretamente para a empresa, segundo informou um representante da Uniswap Labs ao CoinDesk. 

    Sobre a experiência do usuário

    Adams acredita que a Unichain pode se tornar uma camada de liquidez para outras blockchain de segunda camada e ajudar a resolver a fragmentação de usuários e liquidez no Ethereum. A Uniswap, com sua presença ampla, pode atuar como um hub de liquidez cross-chain, permitindo uma ponte rápida entre a Unichain e outras redes, criando uma experiência simplificada para o usuário.

    Apesar de muitos esperarem anos por uma camada DeFi abstrata, Adams promete melhorias na experiência do usuário ao longo do ano para minimizar a complexidade do salto entre cadeias. Se a experiência de rede de segunda camada não melhorar até o final de 2025, ele considera que terão falhado.

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  • Fundos de criptomoedas do Brasil atraem R$ 91 milhões em apenas uma semana

    Fundos de criptomoedas do Brasil atraem R$ 91 milhões em apenas uma semana

    Os produtos financeiros de investimento em criptomoedas tiveram um bom desempenho no Brasil na última semana, com uma captação total de US$ 15,8 milhões (R$ 91 milhões) durante o período, segundo dados do relatório semanal da CoinShares.

    O bom resultado do Brasil foi acompanhado por grande parte do mercado, que teve a quinta semana seguida de entradas maiores que as saídas nos produtos financeiros cripto. Os Estados Unidos lideraram o mercado com superávit de US$ 474 milhões, seguido da Suíça com US$ 57,9 milhões e Alemanha com US$ 22,3 milhões.

    Porém, nem todos os países tiveram resultados positivos. O Canadá registrou um déficit de US$ 43 milhões e a Suécia de US$ 3,6 milhões. Ao todo, nos mercados analisados pela CoinShares, os produtos financeiros cripto tiveram um entrada líquida na semana de US$ 527 milhões.

    Ethereum supera Bitcoin

    Analisando por criptomoeda, os produtos focados em Ethereum foram o grande destaque, superando até mesmo os fundos de investimento que tem o Bitcoin como ativo de escolha: US$ 793 milhões foram injetados nos produtos de Ethereum, contra US$ 407 milhões nos produtos de Bitcoin.

    Outro destaque foram os produtos de XRP, que tiveram superávit de US$ 21,1 milhões, resultado bem mais forte do que o fundos de Solana, que tiveram balanço positivo de US$ 11,2 milhões.

    Na semana, nenhuma criptomoeda registrou mais saídas do que entradas em fundos dedicados a ela, com todas fechando no positivo.

    BlackRock domina entre gestoras

    No recorte de cada produto, os maiores superávits ficaram com a BlackRock: o iShares Bitcoin Trust teve entradas de US$ 315 milhões e o iShares Ethereum Trust ETF registrou fluxo positivo de US$ 286 milhões.

    Na outra ponta, o Fidelity Wise Origin Bitcoin teve saídas de US$ 217 milhões. Isso é muitas vezes mais do que o produto com segundo pior resultado: ProShares Ultrashort Bitcoin E, que teve déficit de US$ 25,2 milhões.

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