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  • Banco Central realiza treinamento em tokenização para reguladores

    Banco Central realiza treinamento em tokenização para reguladores

    Desde o dia 16 de setembro o Banco Central (BC) vem promovendo um treinamento técnico aprofundado sobre tokenização para servidores do Departamento de Regulação (Denor). A iniciativa integra o programa de formação contínua da autarquia e visa ampliar a base técnica sobre conceitos, benefícios, riscos, boas práticas e referenciais nacionais e internacionais aplicáveis a ativos digitais.

    O conteúdo aborda fundamentos de tokenização, casos de uso no sistema financeiro, governança, auditoria, transparência, vetores de risco e formas de mitigação, além de aspectos de redes tecnológicas descentralizadas.

    O treinamento, que termina na terça-feira (23), é conduzido por Caroline Nunes, fundadora da InspireIP e diretora da AbToken, e por Luciana Simões Rebello Horta, sócia e VP do b/luz Advogados, ambas com ampla formação acadêmica e experiência em Direito e tecnologia.

    Caroline destaca a importância da atualização técnica dos reguladores para equilibrar inovação, disciplina de mercado, proteção ao usuário e estabilidade.

    “Ver o regulador aprofundando a parte técnica é bastante positivo para equilibrar a disciplina de mercados disruptivos, proteção ao usuário, estabilidade e a inovação saudável. Nosso objetivo é oferecer insumos práticos que contribuam para a análise de benefícios, riscos e mecanismos de transparência nas operações de tokenização e permitam o desenvolvimento de regulamentação sólida e sofisticada”, afirma Caroline.

    Leia também: O que é tokenização de ativos do mundo real?

    Com essa capacitação, o Banco Central reforça sua base técnica para desenvolver políticas e regulamentos sólidos e sofisticados, além de dialogar com sociedade, mercado e reguladores internacionais. 

    Tokenização e Drex

    Um dos principais casos relacionados a tokenização do Banco Central é o Drex, que inicialmente era pensado como uma CBDC baseada em blockchain, mas que deixou de usar essa tecnologia por enquanto. Segundo Fabio Araújo, coordenador do projeto, a blockchain, embora eficiente e econômica, expõe informações sensíveis — um problema diante da LGPD e da Lei de Sigilo Bancário.

    Leia também: Nem real digital e nem blockchain: entenda como o Banco Central transformou o Drex

    Por isso, o BC está buscando alternativas para tokenização de ativos reais (RWA) fora de DLT, com uma arquitetura que seja segura do ponto de vista regulatório e compatível com privacidade financeira.

    Em resumo, o Drex não é mais sobre blockchain, mas sim sobre soluções de tokenização úteis, regulatoriamente seguras, que promovam eficiência no crédito e nas transações financeiras.

    Mas para ganhar maturidade, Drex deve começar com casos simples e reais, de acordo com o CEO da Parfin, Marcos Viriato, ou seja, que fique de pé em privacidade, programabilidade e disponibilidade, para depois escalar.

    Viriato reforça a ideia de iniciar com um caso quase produtivo, simples, para amadurecer tecnicamente e regulatoriamente antes de avançar para múltiplos casos complexos.

    Em resumo, o “programa” é a estratégia de implementação gradual do Drex, começando com um caso de uso real e simples para testar privacidade, programabilidade e escalabilidade antes de expandir.

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  • Ativos digitais são opção mais viável que moeda dos Brics, diz ex-presidente do Banco Central

    Ativos digitais são opção mais viável que moeda dos Brics, diz ex-presidente do Banco Central

    Os ativos digitais são uma alternativa mais viável e interessante para o futuro do comércio internacional do que a criação de uma moeda nova ou a substituição do dólar pelo yuan. A análise foi feita pelo economista Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, no primeiro dia do DAC Insiders (Digital Asset Conference) 2025, evento organizado pelo MB | Mercado Bitcoin nesta segunda-feira (22) em São Paulo. 

    O comentário de Franco foi feito após ser perguntado se a desvalorização do dólar, que já caiu 14% neste ano, poderia ser um indicativo de que se aproxima o momento de o comércio internacional ter uma nova moeda, que poderia ser o renminbi (moeda oficial da China, sendo que o yuan é a unidade básica do renminbi, como o real é para o centavo no Brasil) ou uma moeda criada pelos membros dos Brics.  

    “Até onde a vista alcança, não vai mudar. Não é só uma moeda, é uma jurisdição e um meio de pagar e receber”, disse Franco.

    O ex-presidente do BC, que chefiou o órgão entre 1997 e 1999, exemplificou: “Tente convencer um exportador brasileiro a receber a receita dele em renminbi, deixar o dinheiro depositado em Xangai e lá fazer investimentos em CDBs dos bancos locais ou em títulos das empresas locais ou do governo chinês”. 

    Neste contexto, no qual não vê a dominância do dólar ameaçada, Franco aponta que é válido que os chineses explorem novas formas de pagamento. “Acho mais interessante quando se pensa em alternativas digitais, que não têm nada a ver com China ou Brics”, disse. 

    Porém, o ex-presidente do BC lembra que esse cenário não é algo para o curto prazo e que muitas barreiras serão levantadas. “O trânsito internacional de pagamentos com ativos digitais vai esbarrar nos reguladores zelosos. Também não é uma coisa para daqui a pouco.”

    Franco disse que é um momento interessante para se debater sobre as alternativas, mas que não existe “nada muito maduro para substituir o dólar”. 

    Perguntado pela plateia se a alta de 40% do ouro no ano é uma resposta a um cenário monetário e fiscal altamente incerto e complexo no mundo, Gustavo Franco disse que o cenário é de busca por alternativas fora do dinheiro tradicional e novamente citou os ativos digitais. 

    “Eu acho que como expressão desse turbilhão monetário que a gente está vivendo, o ouro e os ativos digitais estão acomodando um tanto o interesse [de busca por alternativas]”, finalizou. 

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  • Ações de mineradora de Bitcoin disparam 200% após anúncio de tesouraria com Avalanche

    Ações de mineradora de Bitcoin disparam 200% após anúncio de tesouraria com Avalanche

    A tendência de tesouraria em criptomoedas continua se expandindo para novos ativos, e nesta segunda-feira (22), a Avalanche recebeu sua primeira empresa listada na Nasdaq comprometida a comprar AVAX — e o preço das ações da empresa disparou.

    A AgriFORCE Growing Systems anunciou que mudará seu nome para AVAX One e planeja levantar aproximadamente US$ 550 milhões enquanto se concentra em comprar e manter AVAX, o token nativo da rede blockchain Avalanche.

    Ao contrário de algumas empresas de capital aberto que anteriormente não tinham conexão com criptomoedas, a AgriFORCE é uma mineradora de Bitcoin que se concentrava no uso de energia limpa para alimentar o processo intensivo de mineração.

    Não está claro se a empresa continuará a minerar Bitcoin; o Decrypt entrou em contato com a AgriFORCE para esclarecimentos, mas não recebeu resposta imediata.

    “A arquitetura dos mercados financeiros está mudando, e blockchains programáveis como a Avalanche são a nova base”, disse Jolie Kahn, CEO da AgriFORCE, em um comunicado. “Pela primeira vez, nossa empresa oferece aos investidores do mercado público um veículo gerido profissionalmente para investir diretamente nessa transformação.”

    “Nossa missão é maximizar nossa participação nesta tecnologia fundamental, AVAX, por ação, entregando valor direto aos nossos acionistas à medida que essa nova economia cresce”, acrescentou Kahn.

    As ações da AgriFORCE dispararam após o anúncio, subindo mais de 200% logo no início das negociações nos EUA. Recentemente, estavam sendo negociadas a US$ 6,64, alta de 175% no dia, caindo em seguida pra US$ 5,64.

    O token da Avalanche caiu cerca de 4% no dia, para US$ 31,60, em meio a uma queda mais ampla do mercado de criptomoedas, mas ainda registra alta de cerca de 10% na semana.

    Meta de US$ 700 milhões em Avalanche

    O objetivo declarado da AgriFORCE é possuir mais de US$ 700 milhões em tokens AVAX. Sua estratégia de captação de recursos inclui um PIPE (investimento privado em ações públicas, sujeito à aprovação dos acionistas) de US$ 300 milhões, além de planos para arrecadar mais US$ 250 milhões por meio de instrumentos vinculados a ações.

    A HiveMind Capital liderou a captação, com participação de mais de 50 empresas adicionais, incluindo ParaFi, Galaxy Digital, Digital Currency Group e Kraken. O fundador da HiveMind, Matt Zhang, foi nomeado presidente do conselho da AgriFORCE, segundo comunicado à imprensa.

    Anthony Scaramucci, fundador da SkyBridge Capital, e Brett Tejpaul, chefe institucional da Coinbase, também se juntaram ao novo conselho consultivo estratégico da empresa.

    “Nossa visão é construir a ‘Berkshire Hathaway da economia financeira on-chain’, que é a execução de uma tese de vários anos de que Wall Street precisa de uma maneira mais inteligente e escalável de ter exposição a infraestrutura blockchain de nível institucional”, disse Zhang, em comunicado.

    “Nossa estratégia ativa de curto prazo se concentrará na acumulação disciplinada de ativos e, a longo prazo, na aquisição e integração de empresas fintech geradoras de caixa na rede Avalanche”, acrescentou. “Isso cria um poderoso ciclo de crescimento e um prêmio de NAV sustentável que nos diferencia de todas as outras empresas de tesouraria de ativos digitais e ETFs.”

    A Strategy, de Michael Saylor, pioneira na estratégia de tesouraria em criptomoedas ao começar a comprar Bitcoin em 2020, agora detém aproximadamente US$ 72 bilhões em BTC. Isso inspirou uma onda crescente de seguidores, alguns dos quais expandiram para ativos como Ethereum, XRP, Solana e BNB — e agora também Avalanche.

    * Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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  • Ministros da União Europeia definem roadmap para lançar o Euro Digital

    Ministros da União Europeia definem roadmap para lançar o Euro Digital

    A União Europeia fez um avanço para colocar em prática a ideia de um euro digital. Na sexta-feira (19), os ministros da Economia dos países membro chegaram a um acordo sobre um “roadmap” (roteiro para lançamento) para lançar o ativo, conforme reportagem da Reuters, que não citou o termo do mercado cripto Central Bank Bank Digital Currency (CBDC, ou Moeda Digital de Banco Central, na tradução do inglês). 

    Segundo a agência de notícias, a ideia dos países europeus é obter uma alternativa aos sistemas de pagamento que atualmente são dominados pelas empresas Visa e Mastercard, ambas dos Estados Unidos. 

    Outro ponto que gera atenção na União Europeia é como os Estados Unidos estão fortalecendo o mercado de stablecoins, uma medida que quer garantir uma dominância ainda maior do dólar no mercado financeiro global. 

    Na sexta-feira (19), os ministros se encontraram em Copenhague, na Dinamarca, em reunião com a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e o comissário europeu Valdis Dombrovskis. 

    Apesar disso, quase nenhum detalhe do acordo foi divulgado. Foi definido um procedimento para definir o limite de posse do euro digital por cidadãos do bloco e o BCE irá apresentar uma proposta de limite de posse para aprovação pelo Conselho Europeu de Ministros das Finanças.

    O momento parece ter servido mais para uma declaração de princípios. “O euro digital não é apenas um meio de pagamento, é também uma declaração política sobre a soberania da Europa e sua capacidade de gerenciar pagamentos, inclusive transfronteiriços, com uma infraestrutura e solução europeias”, disse Lagarde na coletiva de imprensa.

    O ministro das Finanças da Irlanda, Paschal Donohoe, disse na entrevista coletiva que o compromisso alcançado é de que “antes de o BCE tomar uma decisão final em relação à emissão, haverá uma oportunidade para discussão no Conselho de Ministros”. 

    A Comissão Europeia propôs uma legislação sobre o euro digital em junho de 2023. Agora, o Parlamento Europeu e o Conselho Europeu devem aprovar o texto — este último já disse que pretende votar até o final do ano. 

    Além disso, o Banco Central Europeu disse ter a expectativa de que o texto entre em vigor até junho, pois precisará de dois anos e meio a três anos para desenvolver todas as tecnologias e regulamentações para de fato lançar o euro digital.

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  • Os fatores que explicam a forte queda de 16% da Hyperliquid nos últimos dias

    Os fatores que explicam a forte queda de 16% da Hyperliquid nos últimos dias

    O token HYPE da Hyperliquid está em seu quarto dia consecutivo de tendência de baixa, enquanto os tokens de exchanges descentralizadas lançados recentemente mais que dobraram de valor no fim de semana.

    “Definitivamente, houve uma mudança de atenção nos últimos dias”, disse Illia Otychenko, analista líder da CEX.IO, ao Decrypt, com tokens de exchanges descentralizadas, incluindo Aster e Avantis, e STBL, subindo até 124%, 125% e 147%, respectivamente, no fim de semana, segundo dados do TradingView.

    A Hyperliquid, por outro lado, perdeu mais de 13% de sua máxima no fim de semana e estendeu suas perdas para 7,4% nesta segunda-feira (22), chegando a cair para US$ 47,83, segundo o CoinGecko.

    A queda no preço do Hyperliquid se deve aos investidores que embolsam lucros, disse Peter Chung, chefe de pesquisa da Presto Research, ao Decrypt.

    Otychenko ecoou a perspectiva de Chung, afirmando que há “um pouco de rotação de capital” à medida que as baleias vendem seus tokens Hyperliquid.

    Entre eles está Arthur Hayes, fundador da corretora de criptomoedas BitMEX, que vendeu 96.600 HYPE no domingo, no valor de cerca de US$ 5,1 milhões.

    Além disso, cerca de 237,8 milhões de HYPE devem ser desbloqueados linearmente a partir de 29 de novembro, destacou o fundo familiar de Hayes, Maelstorm, em um tuíte publicado na segunda-feira. Ao preço atual de US$ 49, segundo dados do CoinGecko, o valor nocional do desbloqueio será de aproximadamente US$ 11 bilhões.

    As recompras da Hyperliquid e a pressão de compra das empresas de Tesouraria de Ativos Digitais são “uma gota no oceano em comparação com os desbloqueios iminentes de HYPE”, acrescentou o texto da Maelstrom, citando um potencial excesso de oferta de US$ 410 milhões por mês.

    Com a concorrência acirrada de novas exchanges descentralizadas agora palpável, a principal questão, de acordo com Otychenko, é se os tokens em ascensão conseguirão manter a atenção do mercado depois que seu entusiasmo inicial esfriar.

    “Neste momento, os riscos são altos”, acrescentou. “O Aster, em particular, tem mais de 90% da oferta concentrada em apenas algumas carteiras, o que o torna propenso a oscilações bruscas ou manipulação.”

    Aster, uma DEX baseada na Binance Smart Chain, recebeu recentemente o apoio do cofundador da Binance, CZ, que tuitou “Bom começo. Continue construindo” no projeto na última quarta-feira.

    * Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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  • Para ganhar maturidade, Drex deve começar com casos simples e reais, diz CEO da Parfin

    Para ganhar maturidade, Drex deve começar com casos simples e reais, diz CEO da Parfin

    No centro do debate sobre a digitalização do sistema financeiro brasileiro, o Drex passa por um novo momento. O projeto do Banco Central (BC) nasceu como “real digital” e, ao longo do caminho, migrou para a ambição de ser uma plataforma de tokenização com múltiplos casos de uso e camadas tecnológicas.

    Nas últimas semanas, sinais de que nem tudo precisaria rodar em blockchain acenderam alertas no mercado. Mas, na leitura de executivos que participam dos pilotos, essa discussão não significa o fim do Drex, e sim um ajuste de rota. Um deles é Marcos Viriato, CEO da Parfin, para quem o BC deve manter a trilha, ainda que com “passo diferente” e foco no que funciona em produção.

    A chave, diz Viriato, é o relatório da fase dois, que ainda não foi publicado e deve orientar eventuais alterações na arquitetura e nos próximos passos do Drex. Ele lembra que a comunicação que gerou dúvidas sobre blockchain foi feita em um evento, não como anúncio formal do BC, o que explica parte do ruído.

    Até aqui, o movimento padrão do regulador tem sido fechar uma fase, publicar o relatório e, só então, oficializar a etapa seguinte. No comunicado público de 4 de setembro de 2024, o BC listou os 13 temas aprovados para a fase dois, que se encerrou em julho e ainda não teve seu relatório apresentado.

    Se a tecnologia divide opiniões, a missão de produto é mais clara para o executivo. Na sua definição, o Drex deve operar como “a camada de pagamento da economia tokenizada”: se um ativo (uma casa, um CDB, uma ação) está tokenizado, a liquidação precisa de moeda tokenizada, sob regras compatíveis com ativos regulados. Por isso, o projeto deixou de ser apenas um “meio de pagamento” para tornar-se plataforma, conectando participantes regulados e regras de emissão/custódia, avalia ele.

    Leia também: Nem real digital e nem blockchain: entenda como o Banco Central transformou o Drex

    Para Viriato, essa visão ajuda a entender a fala do BC de que nem todas as camadas precisam estar em blockchain, como a de interoperabilidade para travar/destravar ativos usados como colateral, ao passo que outras, ligadas à liquidação programável, podem se beneficiar ao usar DLT. A nuance, ressalta o executivo, é técnica e desenho de arquitetura: “Há componentes que fazem sentido on-chain e outros que não, dependendo do caso de uso.”

    No balanço técnico, ele sustenta que privacidade deixou de ser o gargalo desde a primeira fase dos pilotos e que “todas as soluções testadas entregaram privacidade”. Para Viriato, o debate agora é escala, ou seja, quantas transações por segundo, como obter throughput e qual abordagem para cada operação. “Privacidade é by design e varia conforme o caso”, diz.

    A leitura estratégica de Viriato é que o Drex precisa provar valor em produção: começar com um caso simples, mas real, ponta a ponta, que fique de pé em privacidade, programabilidade e disponibilidade, para depois escalar. Ele elogia o histórico de inovação do BC e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mesmo sob restrições orçamentárias, mas alerta que é hora de converter pilotos em entrega.

    A Parfin participou de vários consórcios nos pilotos do Drex e sua solução de privacidade Rayls foi adotada em parte significativa dos casos de uso, em pelo menos sete dos 13 testes da fase dois.

    Casos de uso avançam com ou sem Drex

    Mesmo com o “banho de água fria” que o ruído sobre uso de blockchain causou, parte dos bancos manteve equipes e roadmaps para levar tokenizações internas à produção, diz Viriato, que reforça que mesmo assim há quem prefira esperar o relatório do BC.

    Ele cita que casos de uso para contratos de financiamento de veículos, recebíveis de cartão, duplicatas, cotas de consórcio e CPRs e até uma rede de mercado de capitais estão em andamento mesmo com a desaceleração do processo do BC, sendo possível que um ou mais deles entrem em operação pública antes do Drex oficialmente ser lançado. Esse descolamento parcial não inviabiliza o projeto oficial do governo, mas reduz o “efeito caravana” de todo o mercado andando junto, avalia.

    Sobre o ambiente internacional, Viriato lembra que a União Europeia já colocou de pé o MiCA, marco regulatório que criou regras uniformes para criptoativos e estabeleceu parâmetros específicos para stablecoins, que entrou em vigor em 2023. Nos Estados Unidos, a agenda federal de stablecoins ganhou tração no último ano, com propostas para dar segurança jurídica a emissores e prestadores de serviços.

    No Brasil, o Marco Legal das Criptomoedas regulou prestadores de serviços de ativos virtuais e delegou ao Banco Central a regulamentação do setor, mas faltam regras específicas para emissores de stablecoins, um ponto importante para Viriato. Enquanto o projeto aguarda parecer, o mercado opera em compasso de espera. Na visão do executivo, a demora tem custo: trava investimento, cria dúvidas sobre capital regulatório e dificulta decisões de produto.

    Leia também: “Não é exatamente uma CBDC”, diz Galípolo sobre o Drex

    Para o CEO da Parfin, a claridade regulatória e um caso real em produção e lançado publicamente são os ingredientes para o Drex ganhar maturidade sem deixar o Brasil perder espaço para outros mercados. Ele ressalta, porém, que aguardar o relatório da fase dois é importante para balizar decisões técnicas e regulatórias. Para ele, a comunicação recente sobre eventuais mudanças na arquitetura não equivale a um “fim de linha”, e sim a um ajuste que deve ser formalizado após a divulgação desse relatório.

    Enquanto isso, o mercado segue se movendo: parte dos bancos mantém projetos de tokenização “in-house” rumo à produção, o que reforça a ideia de que o ecossistema não está parado, mas evidencia o custo da incerteza regulatória e o risco de perda de ritmo caso o país demore a detalhar regras, especialmente para stablecoins.

    Confira abaixo os principais pontos da entrevista:

    Portal do Bitcoin — O Drex deixou de ser apresentado como “moeda digital do BC” e passou a ser tratado como plataforma de tokenização. Na próxima fase, ao menos por enquanto, pode não usar blockchain. Qual é a sua leitura do momento e do que vem agora? É um problema ou um ajuste de rota?

    Marcos Viriato — Vamos lá. Primeiro: o Banco Central fez um anúncio em evento, mas ainda não há uma comunicação 100% oficial no site da autarquia [sobre não usar mais blockchain]. Faltaram detalhes do que realmente será feito. Ficou algo como “talvez seja, talvez não”, sem a afirmação categórica que costuma aparecer nas comunicações oficiais do BC — do tipo “não vai ter mais” ou “vai ser dessa forma”. Para mim, foi um aviso informal ao mercado, e acredito que eles ainda vão oficializar.

    Por que digo isso? A fase 2 do Drex, que envolveu 13 casos de uso, terminou em 31 de julho. E aquele anúncio foi divulgado cerca de uma semana depois. O padrão do Banco Central é encerrar uma fase, publicar o relatório dessa etapa — que ainda não saiu — e só então comunicar oficialmente o que será feito, como será feito e quais serão as novas fases.

    Por isso pegou o mercado de surpresa. Ninguém estava esperando. Hoje, de fato, ainda não se sabe o que será a terceira fase — nem mesmo se ela vai existir — e se haverá uso de DLT. O fato é que o mercado aguarda o relatório conclusivo dos testes com os 13 casos de uso, e, a partir dele, o Banco Central deve ter uma comunicação oficial indicando os próximos passos.

    Pelo que foi ventilado, o Drex tende a se posicionar como uma plataforma de conexão e interoperabilidade que permita travar e destravar ativos num primeiro momento, para que possam ser usados como colateral. Esses ativos podem estar em blockchain ou não. E há componentes dessa plataforma que, por natureza, não precisam estar em blockchain. A camada de interoperabilidade que faz o “trava/destrava”, por exemplo, talvez não faça sentido rodar em blockchain.

    Isso ajuda a explicar a confusão: sem um comunicado formal e completo, surgem interpretações diferentes — inclusive a de que não haverá mais blockchain. O que deve acontecer, seguindo o histórico do BC, é a publicação do relatório da fase 2 em um ou dois meses. Está um pouco atrasado por conta dos incidentes de segurança recentes, que afetaram o cronograma, mas a expectativa é que venha esse relatório com a visão dos próximos passos — e, inclusive, se haverá um próximo passo.

    Quanto ao que eu espero: houve um investimento grande de tempo e recursos — do Banco Central e também dos bancos. Na minha visão, chegamos a um ponto de não retorno. O BC deve continuar a jornada, talvez em um ritmo menor ou com uma estratégia um pouco diferente, mas não acredito que vá abandonar o Drex. Eles já disseram isso, aliás.

    Quando se fala em “não abandonar”, não significa que tudo terá de rodar em blockchain. O mundo segue nessa direção, com EUA discutindo regulação clara de stablecoins. Lá não há CBDC, mas o sistema financeiro caminha para adotar stablecoins como forma de liquidação. Ativos tokenizados estão avançando. O Banco da Inglaterra está se movendo, a Europa também.

    Não dá para o Banco Central do Brasil ficar distante. Pode ser que não seja mais no formato de uma CBDC; talvez seja via stablecoins. De todo modo, o BC terá de regular e participar, porque isso impacta diretamente a forma como o mercado financeiro opera. Tanto o Banco Central quanto a CVM precisam estar próximos, orientando e ajudando o ecossistema a avançar, especialmente o ligado ao mercado financeiro, os bancos e demais agentes do sistema.

    PB — As idas e vindas e a demora para uma entrega concreta podem fazer o Brasil perder protagonismo em relação a EUA e Europa? Onde estamos nessa comparação?

    MV — Eu vejo os Estados Unidos estavam mais atrás e a Europa mais à frente por conta da MiCA (Markets in Crypto-Assets). A MiCA abrange tanto a regulação das entidades VASP quanto a emissão de stablecoins na jurisdição europeia, além de uma taxonomia para ativos lastreados. Está bem completo.

    Nos Estados Unidos, o caminho começou pela regulação dos emissores de stablecoin, o que considero excelente. Mesmo sem uma regulação federal abrangente para VASPs, havia licenças estaduais. Você podia ser uma corretora cripto licenciada em um estado, mas, para operar no país inteiro, era um inferno: precisava obter autorizações em dezenas de estados. Por isso, discute-se uma regulação em nível federal.

    No Brasil, tivemos a lei no fim de 2022 que regula VASPs. Depois da eleição do novo governo, coube ao Executivo apontar o Banco Central como regulador. O BC abriu uma consulta pública no ano passado, depois outra. Em teoria, recebeu todas as contribuições e publicou os drafts das resoluções. O que ficou faltando no Brasil, e é um gap que já deveria ter sido endereçado, é uma regulação específica para emissores de stablecoin, tanto domésticos quanto estrangeiros. Há um projeto de lei para isso. Alguns entendem que a legislação atual de moeda eletrônica já permitiria enquadrar certos casos, mas, na nossa visão, cabe aprimoramento. O Congresso tenta puxar essa responsabilidade com um novo texto. Teve, inclusive, uma conferência organizada pela Becrypto, duas semanas atrás, para discutir o tema.

    Em relação às VASPs, desde a promulgação da lei no fim de 2022 houve uma expectativa de que as regras sairiam até o fim de outubro. Não houve comunicação, e o mercado fica ansioso. Essa demora tem custo: gera incerteza sobre investir ou não para oferecer cripto no Brasil — inclusive para nós. Que requisitos serão exigidos? Vai precisar de capital regulatório? Qual o impacto para o nosso negócio e para os clientes?

    Enquanto isso, nos Estados Unidos, o governo assumiu há uns oito meses e, em cinco meses, lançou uma lei para regular emissões de stablecoin. O tema estava parado e eles destravaram rápido — o mercado já está voando. Então, no Brasil, a demora na regulação das VASPs gera incerteza, e há certa urgência desde a lei. Além disso, a falta de regras claras para emissores de stablecoin, na lei e na regulação, pode trazer problemas. Já existem vários emissores por aqui. Esse é o ponto que precisa melhorar no Brasil.

    PB — O que já está pronto no Drex? Quais casos de uso vocês podem detalhar? E essa demora atrapalha, ou está levando os bancos a lançar soluções próprias, independentemente do projeto?

    MV — Quando o Banco Central fez aquele anúncio, ainda que não pelas vias formais do BC, o movimento esfriou. Bancos desmobilizaram equipes. Mesmo assim, alguns com quem vínhamos trabalhando mantiveram projetos com objetivo de ir para produção independentemente do Drex. Por quê? Porque tratam de tokenizações internas, dentro do próprio banco, para oferecer esses ativos aos seus clientes.

    É uma troca de tecnologia: em vez de um sistema centralizado, passa-se a usar blockchain para tokenizar CDB, debêntures, etc, e a oferta fica restrita ao público do próprio banco. Não tem a “beleza” de um ecossistema com todos os participantes conectados. Mas vários bancos disseram: “já que investimos, vamos colocar em produção”.

    Há casos avançando como tokenização de contratos de financiamento de veículos, de recebíveis de cartão, de duplicatas, de cotas de consórcio e de CPR. Algumas empresas decidiram seguir em frente; outras preferiram esperar o Drex.

    Paralelamente, existe a discussão de uma rede de mercado de capitais — em diálogo com uma associação do setor — que pode, eventualmente, ir a produção antes do Drex. Nessa rede, bancos também participariam.

    Em resumo: embora o Drex tenha perdido tração, uma parte dos 16 participantes do piloto continuou as iniciativas e pretende colocá-las em operação. Essa mesma parcela — ou um pouco mais — olha para outras frentes de mercado, como essa rede do mercado de capitais.

    Se o Drex tivesse um cronograma claro para entrar em produção já no ano que vem, veríamos o sistema financeiro inteiro correndo atrás. Como o Drex saiu de cena por ora, o movimento fica concentrado numa fração daqueles 16. É menos “todo mundo ao mesmo tempo” e mais “alguns seguem, outros esperam”.

    PB — Os desafios do Drex hoje estão mais em privacidade ou em escalabilidade? Qual é sua avaliação do estágio atual e do que ainda falta?

    MV — A discussão sobre privacidade está acontecendo no mundo inteiro, não é algo só do Brasil. No ano passado, por exemplo, trabalhamos com o JPMorgan para implementar, na rede privada deles, uma solução de privacidade voltada ao próprio ecossistema do banco. O projeto foi muito bem-sucedido. O Vitalik Buterin, do Ethereum, anunciou em abril o roadmap de privacidade da rede. Participamos, inclusive, de um evento da Mastercard em Nova York sobre privacidade em blockchain. Ou seja, o tema está super aquecido e as tecnologias evoluíram bastante — inclusive as nossas.

    No Drex, a privacidade foi endereçada. As transações tiveram privacidade — na nossa solução e nas demais. Na fase 1, as três propostas entregaram privacidade; isso está no relatório do Banco Central. O que se debate é o “trilema”: privacidade com programabilidade e escalabilidade. Na fase 2, falando por nós, avançamos para resolver o trilema com programabilidade plena, privacidade e um nível de escalabilidade que agora consideramos muito alto.

    Leia também: Qual é o problema de privacidade do Drex e por que é tão difícil resolvê-lo

    Escalabilidade pode vir por três caminhos. Vertical: você aumenta a capacidade da máquina (mais CPU, mais memória) e ganha desempenho. Horizontal: paraleliza o processamento, distribuindo lotes de transações em vários nós. E por “batch”: em vez de enviar transações uma a uma, você agrupa um volume grande e processa de uma vez. Na nossa solução, trabalhamos as três abordagens — vertical, horizontal e em batch — e escolhemos a combinação conforme o caso de uso.

    Um ponto importante: privacidade não é um “botão” que se liga e pronto. É “privacy by design”. É preciso entender o caso de uso e desenhar a privacidade adequada — e o mesmo vale para escalabilidade (“scalability by design”). Na largada, nem os requisitos estavam tão claros. Qual é a meta de TPS? Quantas transações paralelas são necessárias? Sem um parâmetro, cria-se uma expectativa difusa. De lá para cá, porém, as soluções evoluíram muito. Quando o BC começou a testar privacidade, as tecnologias eram incipientes; hoje estão bem mais maduras.

    Por isso, insisto: o problema não é “privacidade”. Ela já havia sido alcançada na fase 1. A pergunta correta é: privacidade com qual grau de programabilidade e de escalabilidade? Mil TPS é bom ou ruim? Mil TPS com dez fluxos paralelos resolve? Depende do caso de uso.

    Também surgiram novos requisitos durante o caminho. No início, falava-se da privacidade do “dinheiro” (padrões tipo ERC-20), depois vieram demandas para títulos públicos (padrões como ERC-1155) e para NFTs (ERC-721). Quando você envolve outros ativos tokenizados, a complexidade sobe muito. Imagine uma debênture distribuída a um milhão de clientes, por três bancos diferentes. Cada um fica com um “pedacinho”. Na hora de pagar juros semestrais, é preciso pegar o dinheiro enviado pelo emissor e distribuir proporcionalmente a todas as carteiras preservando a privacidade. Não é trivial: depende de como o smart contract foi implementado, de onde está a custódia, de como identificar cada fração, e assim por diante.

    Dos 13 casos de uso testados na fase 2, implementamos seis ou sete — todos de alta complexidade. Acreditamos que, no geral, atingimos os objetivos de cada caso; alguns performaram melhor, outros menos. Se fosse para dar uma nota média, diria 7 (com casos perto de 8 e outros por volta de 5). O importante é que a direção é de avanço: programabilidade plena, privacidade e escalabilidade combinadas de acordo com o que cada caso realmente exige.

    PB — Se você tivesse que explicar para quem é leigo em blockchain e mundo cripto, o que é o Drex hoje e o que ele pretende ser?

    MV — Eu enxergo o Drex como a camada de pagamentos da economia tokenizada. O que isso quer dizer, na prática? Se você quer ter um ativo tokenizado — um imóvel, uma ação, um CDB — você precisa da representação “tokenizada” do dinheiro para fazer a troca. Não faz sentido ter o ativo em blockchain e liquidar em sistemas separados. A emissão do “dinheiro” em uma infraestrutura compatível facilita essa troca.

    A partir daí, como estamos falando de ativos financeiros regulados, entram outros controles. Por exemplo: você não pode pegar uma ação tokenizada e guardar na sua carteira MetaMask, porque, pela regulação, ações precisam estar sob custódia de um custodiante qualificado. Então, quando o Drex traz participantes e entidades reguladas, regras de emissão e circulação desses ativos, ele deixa de ser apenas uma “camada de pagamento” e passa a ser uma plataforma.

    Leia também: Decisão do BC de abandonar blockchain no Drex (no momento) pode acelerar tokenização, aponta mercado

    Na minha visão, o Drex começou como um meio de pagamento para liquidar transações de ativos tokenizados e evoluiu para uma plataforma de tokenização mais ampla: inclui a moeda para pagamento, os participantes regulados, as regras de custódia e de circulação, e a interoperabilidade necessária para que tudo funcione com segurança e conformidade.

    Resumindo em linguagem simples: o Drex é a “infra” que permite que dinheiro e ativos vivam no mesmo ambiente digital, com as regras do mercado financeiro valendo lá dentro. Por isso, eu o vejo muito mais como plataforma de tokenização do que simplesmente um novo meio de pagamento.

    PB — Para encerrar: qual sua leitura do cenário brasileiro de cripto e tokenização, incluindo o Drex, e que horizonte você vê para uma estreia prática do projeto?

    MV — Os reguladores brasileiros, Banco Central e CVM, sempre estiveram à frente. Infelizmente, trabalham com orçamento muito apertado para o tamanho e a complexidade do nosso mercado financeiro. Na minha visão, bancos e associações de mercado deveriam reforçar as estruturas do regulador ou, ao menos, ajudar para que fiquem mais robustas. O mercado brasileiro é grande demais para ter um regulador com falta de recursos.

    Lembra quando começou o Drex? Servidores do Banco Central estavam há oito anos sem reajuste e houve greve. Como esperar que um regulador lidere uma tecnologia extremamente inovadora sem recursos para investir em infraestrutura e pessoas? Não combina. Apesar disso, BC e CVM “tiram leite de pedra” e entregam coisas avançadas, o que projeta o Brasil como um dos melhores ambientes de negócios, inovação e mercado financeiro no mundo.

    Falar em Drex “já no ano que vem” me parece prematuro. Primeiro, é preciso esperar o relatório da fase 2 e a visão regulatória subsequente. A partir daí, dá para opinar com mais segurança.

    Na minha opinião pessoal, o Drex deveria continuar de algum modo, com foco em colocar um caso quase produtivo — talvez mais simples, em vez de 13 ou 20 casos. Algo que permita dizer: “está de pé em privacidade, programabilidade e disponibilidade; vamos começar assim”. Tecnologia amadurece em produção.

    Posso dar um exemplo nosso: desde que colocamos a nossa rede em produção, em agosto do ano passado, ela evoluiu muito em maturidade operacional e emissão de ativos. Já são quase R$ 500 milhões em ativos tokenizados, operando em uma infraestrutura de mercado de grande porte na América Latina e funcionando, ganhando musculatura e crescendo.

    Se eu pensasse o Drex hoje, seria nessa lógica: dar o primeiro passo com um caso bem definido, comprovar os pilares técnicos e regulatórios, e depois ir sofisticando e avançando gradualmente.

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  • Projeto de Lei que estabelece reserva de Bitcoin em Michigan avança após meses de atraso

    Projeto de Lei que estabelece reserva de Bitcoin em Michigan avança após meses de atraso

    A tentativa estagnada de Michigan de criar uma reserva estadual de Bitcoin voltou à ativa nesta semana, com legisladores encaminhando o Projeto de Lei 4087 para o Comitê de Operações Governamentais após sete meses de inação.

    A medida, apresentada em fevereiro, autorizaria o tesoureiro do estado a alocar até 10% dos fundos gerais e de estabilização de Michigan em criptomoedas.

    Na quinta-feira, o projeto superou obstáculos processuais, foi colocado no calendário da segunda leitura da Câmara e foi formalmente encaminhado ao comitê de Operações Governamentais.

    Patrocinada pelos deputados republicanos Bryan Posthumus (R-MI) e Ron Robinson (R-MI), a medida representa a mais recente tentativa de Michigan de se juntar ao Texas, New Hampshire e Arizona — os únicos três estados norte-americanos que promulgaram com sucesso leis de reserva em Bitcoin.

    “A hiperbitcoinização se espalhará pelo país a nível estadual. Não pode ser contida”, disse Kadan Stadelmann, Diretor de Tecnologia da Komodo Platform, ao site Decrypt. “Os municípios deveriam considerar reservas em Bitcoin para proteger o dinheiro dos contribuintes da possível desvalorização do dólar.”

    Stadelmann acredita que as disposições de segurança detalhadas de Michigan abordam as fragilidades que condenaram esforços anteriores em estados como a Flórida.

    Ele afirmou que os contribuintes teriam que confiar em uma “solução de custódia segura” terceirizada ou em um “custodiante qualificado”, e que o estado manteria o “controle exclusivo sobre as chaves privadas”, com “protocolos de recuperação de desastres” e “auditorias/testes de invasão regulares”.

    Esse observador do setor acredita que o sucesso em Michigan pode pressionar estados vizinhos como Illinois, Ohio e Pensilvânia a “retomarem seus esforços para não ficarem para trás”.

    Com o Bitcoin girando em torno de US$ 117.000, Stadelmann descartou os temores de que Michigan esteja “comprando no topo”, chamando-o de “um ativo geopoliticamente significativo” que “nações” e agora também estados dos EUA estão “naturalmente” escolhendo acumular.

    Ele afirmou que os estados precisam se preparar para um “mundo multipolar” onde “o dólar americano pode não ser mais a única moeda de reserva mundial, sendo acompanhado por outras moedas como, talvez, o yuan ou o rublo”.

    Stadelmann alertou que o verdadeiro erro seria ignorar o ouro e a prata, apontando para a suposta iniciativa de El Salvador de adicionar ouro às suas reservas e destacando que, nos EUA, ambos os metais estão “escritos na constituição”.

    Atualmente, cerca de 47 estados introduziram ou estão considerando legislações para criação de Reservas Estratégicas de Bitcoin, com aproximadamente 26 estados com projetos de lei ativos ainda em análise, segundo o site BitcoinLaws.io.

    No início deste mês, a Câmara dos EUA avançou com um projeto de lei de dotações orçamentárias que instrui o Departamento do Tesouro a estudar a viabilidade e a governança de uma Reserva Estratégica de Bitcoin, incluindo custódia, cibersegurança e normas contábeis.

    * Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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  • Tribunal em Londres irá julgar caso de pirâmide e fraude de que envolveu US$ 7 bilhões em Bitcoin

    Tribunal em Londres irá julgar caso de pirâmide e fraude de que envolveu US$ 7 bilhões em Bitcoin

    O julgamento da suposta mentora de uma fraude de investimento transfronteiriça de US$ 7 bilhões está previsto para começar em Londres no dia 29 de setembro, e o caso deve estabelecer precedentes sobre como as autoridades do Reino Unido lidam com compensações em crimes financeiros relacionados a criptomoedas.

    A ré é a cidadã chinesa Zhimin Qian, supostamente responsável por organizar um esquema fraudulento de investimento que prejudicou cerca de 130 mil investidores na China.

    Ela teria operado a empresa Tianjin Lantian Gerui Electronic Technology Company, que, entre 2014 e 2017, ofereceu aos clientes um produto de investimento com características de pirâmide financeira, prometendo retornos entre 100% e 300%.

    O esquema desmoronou em 2017, após a proibição total de atividades com criptomoedas na China, e Qian fugiu para o Reino Unido no mesmo ano, tendo lavado os lucros do esquema em Bitcoin — hoje avaliados em cerca de US$ 7 bilhões.

    As autoridades britânicas conseguiram apreender 61 mil bitcoins entre 2018 e 2021, como parte de investigações de lavagem de dinheiro envolvendo Jian Wen, cúmplice de Qian e ex-trabalhadora de delivery, condenada por lavagem de dinheiro em março de 2024.

    Qian agora enfrentará seu próprio julgamento, mas a complexidade do caso pode dificultar uma condenação, segundo especialistas jurídicos.

    “A natureza transfronteiriça torna o processo contra Qian uma luta difícil para os promotores britânicos”, afirmou Yuhua Yang, sócia do escritório Thornhill Legal, com sede em Londres.

    Yang explicou ao site Decrypt que as atividades fraudulentas ocorreram na China, sem envolvimento de empresas ou entidades britânicas, e que nenhum ativo passou por instituições financeiras do Reino Unido.

    “Do ponto de vista criminal, o ônus da prova recai sobre a acusação no sistema jurídico inglês”, disse ela. “Pode ser um desafio para as autoridades britânicas coletar provas na China, como declarações de vítimas, registros financeiros e documentos da empresa Lantian Gerui, para provar que os bitcoins foram obtidos por meio de captação fraudulenta na China.”

    Caso focado em cripto

    Por conta dessa dificuldade potencial, o Serviço de Promotoria da Coroa Britânica (CPS) não acusou Qian de fraude ou lavagem de dinheiro. Em vez disso, focou em duas acusações relacionadas: posse e transferência ilegal de criptomoedas, e aquisição, uso e posse de bens de origem criminosa.

    Para outros especialistas jurídicos, esse foco torna o caso mais viável para os promotores britânicos.

    “O Estado optou por não processar Zhang pela fraude contra centenas de milhares de investidores chineses porque essa conduta ocorreu na China e não tem ligação direta com a Inglaterra e o País de Gales”, afirmou Ashley Fairbrother, sócio da EMM Legal.

    Falando ao Decrypt, Fairbrother explicou que, de acordo com os princípios consolidados do caso Anwar, a acusação não precisa provar a fraude em si — basta provar que os ativos foram obtidos por meio de atividade criminosa, mesmo que o crime exato não possa ser identificado.

    Embora reconheça a dificuldade em obter provas diretas da China, Fairbrother destacou que um júri britânico já condenou Jian Wen, cúmplice de Qian, por uma infração semelhante — provavelmente com base nas mesmas provas.

    “A lei em si não é inédita nesse caso e está bem equipada para lidar com a situação; o que é sem precedentes é a magnitude do dinheiro envolvido — comparável ao PIB anual de alguns países”, explicou ele.

    A questão dos US$ 7 bilhões em bitcoin

    Segundo Fairbrother, o que torna o caso especialmente interessante é o valor em Bitcoin — hoje avaliado em cerca de US$ 7 bilhões — e os processos civis em andamento para determinar como as vítimas podem ser compensadas.

    “Os investidores chineses terão que demonstrar que possuem uma reivindicação legítima de propriedade sobre os fundos”, disse ele. “Dada a dimensão e a complexidade da fraude, isso será um grande desafio.”

    Diante dos valores envolvidos e das dificuldades potenciais, Fairbrother sugere que é muito provável que o caso civil acabe chegando à Suprema Corte do Reino Unido.

    * Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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  • O que é um ETF cripto da “AltAltSeason”? Ele é intrigante e ignora Bitcoin e Ethereum

    O que é um ETF cripto da “AltAltSeason”? Ele é intrigante e ignora Bitcoin e Ethereum

    Emissores de fundos de criptoativos têm se tornado cada vez mais criativos em suas propostas nos últimos meses, à medida que tentam atender ao apetite crescente dos investidores por esses produtos.

    Mas um fundo negociado em bolsa (ETF) de “AltAlt Season”? Isso é um território novo.

    O Quantify 2X Daily AltAlt Season Crypto ETF, da Tidal Financial Group, é um dos três fundos incluídos em um pedido à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) na quinta-feira (18), e deixou até alguns observadores da indústria de fundos confusos.

    “O que é AltAlt em comparação com Alt? (Porque eu também queria saber)”, tuitou James Seyffart, analista de pesquisa de ETFs da Bloomberg, com uma captura de tela do pedido e seu próprio resumo conciso. “‘Alt’ apenas exclui BTC, o outro exclui tanto BTC quanto ETH.”

    O pedido de registro N1-A da Tidal também abrange o Quantify 2X Daily All Cap Crypto ETF e o Quantify 2X Daily Alt Season Crypto ETF. Todos os três são fundos alavancados voltados para investidores com alta tolerância ao risco, atraindo-os com o potencial de oferecer o dobro do retorno diário das criptomoedas que possuem.

    “Como o fundo busca resultados de investimento alavancados diariamente, ele é muito diferente da maioria dos outros ETFs,” diz o prospecto em cada uma das descrições dos fundos. “Também é mais arriscado do que alternativas que não usam alavancagem.”

    O fundo AltAlt será inicialmente alinhado com o desempenho de XRP e Solana, segundo o prospecto da Tidal. O ETF Alt corresponderá inicialmente a esses ativos digitais e ao Ethereum, enquanto a estratégia All Cap abrange esses ativos e o Bitcoin.

    “Alt seasons” (temporadas alt) descrevem períodos em que os preços do Ethereum e de outras grandes altcoins superam o Bitcoin, geralmente após aumentos no preço do próprio Bitcoin. Já as “AltAlt seasons” se referem a períodos em que a atividade do mercado migra para altcoins de capitalização média e depois para tokens de capitalização menor, em um efeito cascata. O fundo AltAlt busca se beneficiar dessas tendências mais tardias.

    Os três fundos podem incluir acordos de swap ou contratos de opções sobre ações de ETFs de criptoativos à vista listados nos EUA, ou que oferecem exposição indireta a ativos digitais por meio de derivativos baseados em cripto, ou ainda investir diretamente em fundos de cripto, entre outras possibilidades.

    Nos últimos meses, emissores solicitaram uma variedade crescente de ETFs alavancados de criptomoedas, junto com fundos à vista baseados em várias altcoins e combinações de tokens. A SEC está avaliando mais de 90 desses produtos, segundo pesquisa da Bloomberg até o final de agosto.

    As chances de aprovação desses fundos aumentaram na quarta-feira, quando a SEC aprovou novos padrões genéricos de listagem para trusts baseados em commodities, facilitando o processo de aprovação. A decisão destacou um ambiente regulatório e político mais receptivo, o que encorajou os emissores.

    “Já estamos em ETFs de 2x AltAlt Season e nem é outubro ainda. Você tem ideia de como as coisas vão ficar malucas?”, brincou Eric Balchunas, analista sênior de ETFs da Bloomberg, em uma postagem na X, na quinta-feira (18).

    Ele acrescentou: “Sendo honesto, eu não fiquei tão empolgado com o ETF de 2x Alt Season, mas o de 2x AltAlt Season… bem, essa é outra história kkk.”

    * Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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  • Vitalik Buterin defende os tempos de saída do staking no Ethereum em meio a críticas da indústria

    Vitalik Buterin defende os tempos de saída do staking no Ethereum em meio a críticas da indústria

    O cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin, defendeu os longos tempos de espera para o destravamento (unstaking) do ETH, argumentando que os atrasos são uma salvaguarda deliberada para preservar a confiança na rede.

    As declarações surgem no momento em que os tempos de saída ultrapassam 43 dias para validadores que desejam encerrar o staking, o que gerou críticas de figuras da indústria que afirmam que o processo prejudica a usabilidade.

    “É mais como um soldado decidindo sair do exército. Fazer staking é assumir o dever solene de defender a rede”, tuitou Buterin. Ele explicou que “dificuldades para sair fazem parte do acordo. Um exército não pode se manter unido se qualquer percentual dele puder sair repentinamente a qualquer momento.”

    Atrasos “preocupantes”

    O staking no Ethereum permite que validadores recebam recompensas por atestar e propor blocos. Para sair completamente do staking, é necessário entrar em uma fila de saída, que pode levar semanas, dependendo de quantos outros também estão tentando sair.

    Atualmente, o tempo médio de espera para entrar na fila de staking é de cerca de sete dias, enquanto o tempo de saída subiu para 43 dias e seis horas, segundo o site Validator Queue. Com mais de um milhão de validadores e 35,6 milhões de ETH em staking — quase 30% de todo o ETH — o processo desacelerou consideravelmente.

    Esses atrasos provocaram um debate público. O chefe de DeFi da Galaxy Digital, Michael Marcantonio, afirmou no início desta semana que o tempo de espera na fila de saída era “preocupante”, comparando as seis semanas do Ethereum com o período de apenas dois dias do Solana.

    “É difícil entender como uma rede que leva 45 dias para devolver ativos pode ser uma candidata adequada para impulsionar a próxima era dos mercados de capitais globais”, ele tuitou, antes de apagar a publicação.

    A crítica de Marcantonio gerou reações fortes e rumores de que ele foi obrigado a apagar o post pela própria Galaxy Digital.

    O ex-gerente de produto da Consensys, Jimmy Ragosa, acusou a Galaxy de alimentar “FUD incansável contra o ETH” e alertou que empresas alinhadas ao Ethereum estão reconsiderando seus laços com a firma.

    Apoiadores do Solana, incluindo Mike Dudas, saíram em defesa da Galaxy, retratando o Ethereum como lento e complicado em comparação com seus concorrentes. A empresa comprou mais de US$ 700 milhões em SOL em um período de dois dias na semana passada, como parte de uma aquisição vinculada ao apoio a uma empresa de tesouraria baseada em Solana.

    Buterin reconheceu a necessidade de melhorias na experiência do usuário, observando que a Fundação Ethereum tem trabalhado para lidar com essas preocupações.

    “De modo geral, a Fundação Ethereum precisa ser mais ativa na camada de UX — o que já vem acontecendo nos últimos 6 meses, mas esse processo de intensificação leva tempo”, escreveu ele.

    * Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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