Ciclo de 4 anos do Bitcoin acabou? Entenda por que o histórico deve ser quebrado

Se a história servir de guia, o Bitcoin deveria despencar no próximo ano — e os mercados de criptomoedas ficariam no vermelho. Mas só porque isso aconteceu antes, não significa que acontecerá de novo.

Um dos debates mais acalorados atualmente na indústria cripto é se o Bitcoin continuará seguindo seu tradicional ciclo de quatro anos. Especialistas têm se manifestado dos dois lados da discussão, e o Crypto X está repleto de opiniões fortes (como sempre).

No ano passado, o Bitcoin fez algo inédito: atingiu uma nova máxima antes do halving, após a aprovação dos ETFs de Bitcoin à vista. Isso levou alguns analistas e observadores a acreditarem que o ciclo típico da moeda — no qual ela atinge um pico no ano seguinte ao halving e depois despenca entre 70% e 80% no ano seguinte — chegou ao fim.

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“É apenas bom senso”, disse ao Decrypt Eric Balchunas, analista sênior de ETFs da Bloomberg Intelligence. “Proprietários mais estáveis, preço mais estável”, acrescentou, referindo-se aos investidores dos ETFs.

A aprovação dos ETFs em janeiro de 2024 permitiu que milhões de dólares, antes excluídos do mercado, entrassem no setor. Meses após o início das negociações, o Bitcoin atingiu uma nova máxima histórica. A moeda voltou a romper recordes após a vitória do presidente amigável ao mercado cripto Donald Trump, subindo novamente para um novo pico na semana passada.

Investidores sofisticados abraçaram cripto

Os investidores do setor também estão mais sofisticados: instituições como a Universidade de Harvard e o Goldman Sachs compraram Bitcoin — e por meio dos ETFs, nada menos. Esses investidores são menos propensos a vender em pânico e compram com foco no longo prazo, afirmou Balchunas.

“Acho que o ETF deu início a essa nova fase, e não sei se o ciclo de quatro anos ainda se aplica. Não quero dizer que nunca mais, mas, de novo, é preciso usar o bom senso”, disse ele. “A volatilidade depende de quem está segurando o ativo.”

O Bitcoin é negociado neste domingo (24) a US$ 114.456 por unidade, com alta de 22% no acumulado do ano, segundo o CoinGecko. A moeda quebrou um novo recorde ao atingir US$ 124.128 em 14 de agosto.

Na alta anterior, o Bitcoin atingiu o pico de US$ 69.044 em novembro de 2021. Mas o entusiasmo não durou, e uma correção brutal ocorreu, levando o Bitcoin a cair para menos de US$ 16 mil em novembro de 2022, após uma série de falências de empresas cripto na esteira do colapso da LUNA — especialmente a proeminente corretora de ativos digitais FTX.

Agora, o Bitcoin está muito mais maduro e mais integrado aos mercados tradicionais, observou André Dragosch, chefe de pesquisa da Bitwise na Europa.

“Nossa tese é que fatores macroeconômicos e relacionados à demanda estão se tornando claramente mais importantes, devido à crescente integração do Bitcoin ao sistema financeiro global”, afirmou.

Dragosch acrescentou que o efeito de desempenho do halving — que ocorre aproximadamente a cada quatro anos e reduz pela metade as recompensas em BTC recebidas pelos mineradores que sustentam a rede — tem diminuído, enquanto os fatores ligados à demanda ganham cada vez mais relevância.

Mas nem todos os especialistas concordam. Um relatório da CoinGlass divulgado esta semana usou dados para apontar que este ano está se parecendo cada vez mais com ciclos anteriores — especialmente em termos de comportamento de preços.

O relatório afirmou que os movimentos de preço da principal moeda digital estão ecoando os ciclos de 2015–2018 e 2018–2022, e que os fluxos de capital para o ativo estão “mostrando sinais de fadiga”.

“Além disso, os detentores de longo prazo realizaram lucros em níveis comparáveis aos de fases eufóricas anteriores, reforçando a impressão de um mercado em fase final de ciclo”, diz o relatório.

Mas vale lembrar que, em todo ciclo, há peculiaridades — e os HODLers terão que esperar para ver como tudo se desenrola.

“Sempre que pensamos: ‘Desta vez é diferente’, o mercado parece nos corrigir e mostrar: ‘Não, desta vez é exatamente igual’”, disse Nick Hansen, CEO da empresa de mineração de Bitcoin Luxor.

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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