Olaf Carlson-Wee nasceu no interior de Minnesota, Estados Unidos, mas foi um dos pioneiros em abraçar o mundo do Bitcoin (BTC) e das criptomoedas. Chegou a trabalhar como lenhador, mas saiu da zona rural, se tornou um dos primeiros funcionários da exchange Coinbase e hoje é um milionário que investe no futuro das moedas digitais.
Menos de dois anos depois da criação do Bitcoin e o surgimento do conceito de criptomoedas, Olaf, um estudante no Vassar College, no interior do estado de Nova York, decidiu fazer um trabalho de conclusão de curso exatamente sobre esses ativos que ninguém conhecia ainda. Isso era 2011.
“Eu tinha decidido escrever minha tese de graduação sobre criptomoedas — a tecnologia e as implicações sociais do que aconteceria se ela crescesse substancialmente. Meus professores eram muito céticos em relação a todo o conceito. Ninguém nunca tinha ouvido falar de Bitcoin ou criptomoedas”, disse Olaf em uma entrevista ao site Interview Magazine em 2022.
Ele contou que seus pais eram pastores luteranos e que por viver no interior do estado, precisou buscar mídias e recursos alternativos online para aprender sobre coisas que estava fora do seu cotidiano local, que era basicamente focado em igreja, escola e futebol americano. “Descobri que, quando você se apega à sua intuição, geralmente obtém os melhores resultados. Você precisa estar ancorado na realidade e garantir que esteja sendo analítico em seu pensamento”, afirmou.
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Olaf entrou na faculdade em 2008, durante a crise financeira, em um cenário de descrédito de todo sistema, em que a sensação era que “os interesses dominantes dos sistemas financeiros tradicionais e de Wall Street estavam lá, na verdade, para o benefício deles e não para o nosso, de pessoas comuns”.
Foi neste momento que ele começou a questionar as entidades que controlam a economia, como o Federal Reserve. “Quando eu estava começando a me interessar por Bitcoin, não tinha uma visão clara de como tudo se desenrolaria, mas eu tinha a intuição de que, se pudéssemos reescrever o sistema econômico e financeiro global com um substrato baseado em software, executado por um algoritmo que ninguém controlava, em vez de um sistema de banco central, haveria uma enorme transferência de riqueza das elites tradicionais para as que atuam na esfera das criptomoedas”, defende.
Lenhador cripto
Formado e sem muitas habilidades para trabalhar, Olaf passou cerca de um ano viajando pelos EUA entre 2012 e 2013. “A maior parte do tempo vivendo em uma mochila com uma barraca e um saco de dormir, dormindo nos sofás de amigos. Eu resistia a entrar em um sistema do qual eu não necessariamente queria fazer parte”, contou ele na entrevista em 2022.
Ele queria um emprego para pagar aluguel e morar em alguma pequena cidade. Foi quando se tornou lenhador em Holden Village, uma pequena cidade comunitária nas montanhas do norte do estado de Washington. Olaf conta que não era uma grande operação comercial, mas sim o corte de madeira para garantir o aquecimento da vila durante o inverno.
“Depois da minha temporada como lenhador, fui para o norte de Minnesota para ficar na cabana dos meus avós, construída nos anos 40. Não vi ninguém por alguns meses enquanto estive lá. Foi quando me aprofundei e decidi que a criptomoeda era o que eu queria trabalhar.”
Ele conta que estava pensando em formas de melhorar o sistema, que foi projetado para reprodução, e não necessariamente para o bem-estar da pessoa que tem que conviver com ele. “Essa é a base filosófica para o que quero promover no mundo, que não é apenas a redistribuição de recursos por meio da política, mas a solução dos problemas mais profundos da condição humana por meio da tecnologia”, diz ele lembrando que nessa época decidiu mandar um e-mail para a Coinbase dizendo que faria qualquer trabalho.
A reviravolta
Olaf foi o primeiro funcionário da Coinbase, em 2013, ficando no serviço de suporte ao cliente. Ele ficou três anos da corretora, recebendo todo seu salário, de cerca de US$ 50 mil anuais, segundo o Wall Street Journal, em Bitcoin.
Não há informações de quanto ele possui em criptomoedas. Mas só naquele período ele viu seu patrimônio subir forte. No início de 2013, o BTC era negociado a pouco mais de US$ 13, fechando 2016 na casa de US$ 1 mil.
Após o e-mail enviado pedindo emprego e uma primeira entrevista, o cofundador da Coinbase e ex-operador do Goldman Sachs, Fred Ehrsam, convidou-o para uma entrevista presencial em que ele teria que preparar duas apresentações de 15 minutos: “A primeira deve explicar algo complicado que você conhece muito bem. A segunda deve delinear sua visão para a Coinbase”, pediu o executivo.
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Olaf disse que sua primeira apresentação foi sobre “a indução farmacológica de sonhos lúcidos”, observando em 2016 que vinha “escrevendo meus sonhos há 11 anos”. Já sobre sua estratégia para a Coinbase, ele disse que acreditava que a empresa deveria “se concentrar 100% na segurança”, especialmente em termos de garantir que os saldos de criptomoedas dos usuários estivessem protegidos contra hackers.
“Experiências ruins de clientes acabarão sendo esquecidas, mas um incidente de segurança não será esquecido”, disse ele ao site Y Combinator em 2016. “Eu dizia ao [cofundador Brian Armstrong]: ‘Não podemos hackear algo juntos que acabe levando a um incidente de segurança. Mesmo que tudo esteja em chamas, vamos fazer isso com muito cuidado’. E acho que isso repercutiu neles.”
Em 2016, Olaf deixou a Coinbase para lançar um dos primeiros fundos de hedge de criptomoedas, direto de seu apartamento em São Francisco. Chamado Polychain Capital, o fundo recebeu investimentos de Ehrsam, bem como de empresas de capital de risco como a Sequoia Capital e o Founders Fund de Peter Thiel.
O fundo de Olaf já investiu em startups de criptomoedas como a rede social baseada em blockchain BitClout e a startup de pagamentos em blockchain Celo.
Em 2018, Olaf entrou para a lista “30 Under 30” da Forbes, uma relação de jovens talentos com menos de 30 anos que se destacam em diversas áreas, reconhecidos pela revista Forbes por sua atuação inovadora e impacto em seus setores. O Polychain Capital administra hoje cerca de US$ 2,6 bilhões.
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