O chefe de conformidade contra crimes financeiros da Binance, Tigran Gambaryan, anunciou nesta sexta-feira (6) sua saída da empresa, após quatro anos atuando no combate a crimes cibernéticos e movimentações financeiras ilícitas.
O comunicado foi feito em uma publicação no LinkedIn, poucos meses depois de ele passar por um traumático período de detenção de oito meses na Nigéria.
Ex-agente da Receita Federal dos EUA (IRS), Gambaryan afirmou na rede social que está em busca de “novos desafios” e pretende considerar vagas no setor público ou em instituições privadas com foco em missão social.
“Fiz tudo o que podia na Binance e agora preciso direcionar meu tempo e esforços para novos desafios”, escreveu o executivo.
Ele ingressou na Binance em 2021 e montou uma equipe de cerca de 100 especialistas, incluindo ex-promotores, agentes federais e autoridades da lei, com o objetivo de “alinhar a Binance aos padrões de conformidade dos EUA e internacionais”, segundo suas palavras. Sob sua liderança, a plataforma respondeu a mais de 57 mil solicitações de autoridades policiais.
Sua saída é mais um capítulo na série de mudanças que vem ocorrendo na liderança da exchange. Em 2023, o fundador e ex-CEO Changpeng “CZ” Zhao renunciou ao cargo como parte de um acordo judicial com autoridades dos EUA envolvendo violações de leis contra lavagem de dinheiro e sanções internacionais.
Na mesma época, outros executivos também deixaram a empresa, incluindo o ex-diretor de estratégia Patrick Hillmann e o ex-vice-presidente sênior de conformidade Steven Christie.
No total, pelo menos 16 executivos se desligaram da Binance nos últimos dois anos.
Essas saídas aconteceram antes da nomeação de Richard Teng, ex-regulador, como novo CEO da empresa. Sob sua gestão, a exchange vem adotando uma cultura corporativa mais formal e institucionalizada — uma guinada significativa em relação ao perfil mais obscuro que marcou os primeiros anos da Binance.
Gambaryan foi manchete em veículos nacionais e internacionais em 2024, após ser detido por autoridades nigerianas por acusações relacionadas à sua atuação na empresa. Ele foi libertado no final do ano passado, após sua saúde piorar durante o período de encarceramento.
Desde então, o executivo participou de diversas conferências sobre criptomoedas, nas quais compartilhou detalhes sobre sua experiência na Nigéria.
“Existe uma necessidade crescente de operadores confiáveis e experientes — pessoas que saibam traduzir entre tecnologia, fiscalização e conformidade”, disse Gambaryan em seu post. “É nesse espaço que pretendo continuar fazendo a diferença.”
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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