Kraken aposta em parceria com neobank e fintech para liderar corrida global por usuários de cripto

A exchange de criptomoedas Kraken está disposta a cumprir prazos bastante apertados, enquanto trabalha para elevar sua marca e participação de mercado por meio de uma nova solução empresarial chamada Kraken Embed, segundo Brett McLain, chefe de Pagamentos e Blockchain da empresa.

Em entrevista ao Decrypt, McLain afirmou que a recente parceria da Kraken com o bunq, um neobank com sede na Holanda, foi resultado de uma mudança de última hora — e serve como modelo de como a empresa pode expandir sua presença por meio de relações com empresas similares, fintechs e bancos tradicionais.

O bunq estava planejando integrar cripto em sua plataforma com outra empresa, mas recorreu à Kraken “na última hora”, disse McLain. O serviço entrou no ar apenas algumas semanas após a equipe do bunq concordar verbalmente, com necessidade limitada de engenharia, acrescentou.

“Para um neobank tradicional passar de zero exposição a cripto para […] oferecer […], mais de 400 ativos tão rapidamente na Europa, que é um mercado altamente regulamentado, é algo que muda o jogo”, argumentou. “É isso que estamos trazendo para a mesa.”

A solução também pode ajudar as empresas a economizar em custos de engenharia, regulamentação e jurídicos, segundo McLain. Ao mesmo tempo, o Embed permite que empresas na Europa ofereçam negociação de criptomoedas aos seus clientes sem a necessidade de uma licença, sob o regime do regulamento europeu MiCA (Markets in Crypto Assets Regulation).

Embora a Kraken enfrente forte concorrência de empresas como Coinbase e Binance nos EUA e em outros países, a capacidade da exchange de atrair novos usuários com a oferta Embed pode colocá-la em condições mais equilibradas, especialmente considerando que a Kraken estaria cogitando uma oferta pública inicial (IPO) ainda este ano.

Para empresas curiosas sobre o setor cripto, a escolha entre Kraken e Coinbase pode ganhar peso adicional, especialmente à medida que a Coinbase lida com uma violação de dados recentemente revelada. O CEO Brian Armstrong afirmou esta semana que alguns agentes de suporte da exchange foram subornados, revelando dados sensíveis de usuários, incluindo nomes, endereços e detalhes bancários parciais de menos de 1% dos clientes.

A Coinbase estimou, em um documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), que o ataque cibernético pode custar até US$ 400 milhões para ser resolvido. A maioria dos especialistas, no entanto, não vê o incidente como algo que vá prejudicar o crescimento da exchange. A Kraken também já enfrentou problemas de segurança antes, incluindo um bug no ano passado que permitiu a um usuário “inflar artificialmente seu saldo”.

Segundo McLain, neobanks e fintechs estão acostumados a lançar novos recursos rapidamente, enquanto instituições financeiras tradicionais tendem a agir com mais cautela. Ainda assim, sob a presidência de Donald Trump, espera-se que a indústria cripto veja um aumento de interesse por parte de empresas de Wall Street, à medida que iniciativas legislativas e regulatórias busquem esclarecer as regras do setor nos próximos anos.

Com 17 milhões de usuários na Europa, a decisão do bunq de recorrer à Kraken pode ampliar a base de usuários da exchange além dos 13 milhões de pessoas que ‘confiam’ na Kraken no mundo todo. A empresa espera conquistar mais clientes desse porte ainda este ano, incluindo nos EUA, Canadá, Austrália e Reino Unido.

A Coinbase também oferece uma solução semelhante chamada Crypto-as-a-Service (CaaS), permitindo que outras empresas utilizem seus mercados e infraestrutura. Na sexta-feira, a Coinbase anunciou que a plataforma de negociação online Webull vai utilizar sua “plataforma líder de CaaS”, segundo publicação em seu blog.

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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