O plano da OranjeBTC para difundir o padrão Bitcoin no Brasil

A OranjeBTC chega ao mercado com o ousado plano de se tornar a “Strategy do Brasil”, e entra em cena com números que impressionam: são 3.650 BTC em caixa, o equivalente a R$ 2,1 bilhões, o que a coloca na sexta posição mundial entre as empresas privadas com maiores reservas de Bitcoin, segundo dados do BitcoinTreasuries.

O montante é quase seis vezes maior que a reserva da Méliuz, que até então liderava o segmento de investimento corporativo em Bitcoin na região. 

Guilherme Gomes é o CEO e principal idealizador da OranjeBTC. Em conversa com o Portal do Bitcoin no Digital Assets Conference (DAC), evento promovido pelo MB | Mercado Bitcoin, o executivo diz que a missão da empresa é clara: difundir o padrão Bitcoin na América Latina. “Esse é o nosso único objetivo como companhia. E para isso trabalhamos em dois pilares: construir a maior tesouraria de Bitcoin da região e investir pesado em educação financeira”, explica.

A OranjeBTC se prepara para estrear na B3 no início de outubro por meio de um IPO reverso, processo em que assume o controle de uma companhia já listada. No caso, a escolhida foi a Integraus, uma empresa de cursinhos preparatórios.

Embora nova no mercado, a OranjeBTC já atraiu a confiança de nomes de peso do setor, cujos investimentos possibilitaram a aquisição inicial de Bitcoin. Há corretoras como o Mercado Bitcoin e FalconX, além de nomes como Cameron e Tyler Winklevoss, criadores da Gemini, e Adam Back, um dos primeiros colaboradores do Bitcoin.

Já no board da OranjeBTC está Eric Weiss, figura influente no meio cripto, mais conhecido por apresentar o Bitcoin para Michael Saylor. Gomes conta que Weiss já conhecia o Brasil, entendeu o modelo da OranjeBTC e viu potencial: “Ele disse que se executarmos bem, poderíamos construir a maior empresa da América Latina nesse setor.”

Michael Saylor foi outro que se animou em ver alguém colocar em prática seu modelo de negócios no Brasil — inclusive chegou a dar até sugestão para o nome da empresa.

“O Saylor fez um keynote na semana passada e nos citou quando falou sobre as milhares formas de estruturar companhias baseadas no Bitcoin. Ele é um grande amigo do Eric Weiss, então acompanhou essa história desde o começo, deu feedback sobre o modelo, questionou algumas perspectivas, deu sugestão do nome”, relembra Gomes.

Ele não se incomoda com a comparação de ser a “Strategy do Brasil”, inclusive dobra a aposta: acha que a Strategy vai se tornar a maior empresa dos EUA, enquanto a OranjeBTC, seguindo o mesmo modelo, pode ocupar o posto de maior companhia do Brasil. A convicção se apoia em uma certeza: o Bitcoin será a futura reserva global de valor e quem tiver mais moedas no bolso, prevalecerá.

“O sistema está totalmente quebrado e o dólar eventualmente vai falhar como reserva global de valor. Uma solução virá no lugar. Para mim, é muito claro que será o Bitcoin”, projeta o executivo. “Hoje o BTC vale US$ 2,2 trilhões, mas tenho alta convicção que um dia chegará a US$ 100 trilhões.”

A origem da OranjeBTC

Diferente de executivos do mercado tradicional que ignoraram ou eram céticos com o Bitcoin no início, Gomes sempre viu o valor da criptomoeda assim que a conheceu em 2016, e o motivo para isso tem a ver com o fato de ser brasileiro.

“Cresci vendo meus pais receberem salário e correrem ao mercado para gastar tudo no mesmo dia, porque três dias depois aquele dinheiro comprava 30% a menos. Essa vivência me mostrou o que é inflação de perto”, afirma.

Ele conta que a virada da chave para dedicar a carreira ao mercado cripto veio quando ainda trabalhava na Bridgewater Associates, um dos maiores hedge funds do mundo, fundado por Ray Dalio.

“Ali tive acesso direto a debates sobre o futuro do dólar como moeda de reserva global. O Ray defendia que a China assumiria esse papel, mas eu, modéstia à parte, discordei. Para mim, havia algo muito maior acontecendo: uma revolução tecnológica, um ativo digital escasso e descentralizado que cumpriria essa função”, explica.

Ele então vendeu tudo que tinha para comprar Bitcoin e trabalhou por dois anos e meio na Swan Bitcoin, empresa americana focada 100% na criptomoeda. “Foi a decisão mais natural quando entendi a magnitude do que estava diante de nós”, diz.

Desde então, ele observou de perto a operação da Strategy (antes chamada de MicroStrategy) que, sob liderança de Michael Saylor, se tornou a maior empresa de tesouraria de Bitcoin do mundo, acumulando hoje 639.835 BTC. 

Ele classifica a ação da Strategy como revolucionária: “Vi claramente que aquele modelo seria replicado no mundo todo.” 

Inspirado nesse modelo de sucesso, ele decidiu fazer seu próprio empreendimento e criou, em outubro de 2024, o business plan que eventualmente se tornou a OranjeBTC. O plano de voltar para o Brasil e fazer a empresa crescer aqui se deve a dois motivos: ausência de players dedicados no mercado brasileiro e o desejo de aproximar os brasileiros da criptomoeda líder do mercado.

 “O Brasil precisa muito de Bitcoin. Tem um enorme potencial de adoção, mas ainda carece de educação. Era o momento de voltar e construir algo aqui”, relata.

O que esperar da OranjeBTC?

Os 3.650 BTC que a OranjeBTC mantém em caixa são apenas o começo, revelou Guilherme Gomes. O plano da empresa é realizar compras periódicas de Bitcoin para ampliar a reserva, com diferentes estratégias: “Vamos levantar capital via follow-ons, emitir dívidas conversíveis e preferenciais. O objetivo é simples: transformar tudo em Bitcoin”, resume.

Questionado sobre as críticas de analistas que não veem sentido no valor de mercado de empresas com tesouraria em Bitcoin ser muito maior do que suas próprias reservas de BTC, Gomes contrapõe: 

“Essas companhias oferecem algo que vai além do Bitcoin em caixa. Elas dão acesso a investidores que não podem comprar o ativo diretamente. São líquidas, aumentam o montante de BTC por ação e têm potencial de monetizar suas tesourarias no futuro. O mercado precifica não apenas o que está no balanço, mas o crescimento esperado e a força da marca. É assim que funciona a lógica das ações.” 

A volatilidade do Bitcoin também não representa um risco para o negócio. Ele a classifica como “parte natural da história”, lembrando que nenhum ativo vai de zero a trilhões de dólares em linha reta.

A OranjeBTC deve estrear na bolsa brasileira nos primeiros dez dias de outubro, um evento que Gomes classifica como simbólico para o mercado de capitais.  

“Nos últimos anos, vimos mais empresas saindo do que entrando na bolsa. O mercado brasileiro está sedento por novidades. Acho que chegar com um modelo testado e bem-sucedido em outras regiões vai despertar muito interesse. Estamos animados para escrever essa história aqui”, conclui.

O Bitcoin mostra muita força no 2º trimestre e é destaque entre os ativos de risco. Será que uma próxima máxima história de preço vem aí? Agora é hora de agir estrategicamente. Abra sua conta no MB e prepare sua carteira!

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