Quadrilha que roubava criptomoedas à mão armada na Argentina é presa; casos crescem

A Polícia do Chaco, província da Argentina, juntamente com as autoridades de Buenos Aires, desmantelou na terça-feira (3) uma organização criminosa que atuava na cidade de Resistência e era dedicada ao roubo de criptomoedas a mão armada – crime que vem crescendo em todo o mundo. Segundo informações da entidade, três pessoas foram presas.

“A organização se especializou em identificar pessoas com criptomoedas, invadir suas casas e, por meio de ameaças de armas de fogo e agressões físicas, obrigá-las a transferir seus ativos digitais para contas sob seu controle, dentro e fora do país”, disseram as autoridades.

Os presos — dois homens e uma mulher — foram qualificados por roubo à mão armada e sequestro. A operação também resultou na apreensão de dinheiro em várias moedas, criptomoedas, equipamentos eletrônicos e armas de fogo.

“Um duro golpe contra o cibercrime que reafirma nosso compromisso com a segurança da população do Chaco”, disse a polícia em sua conta no Instagram.

Também foram apreendidos documentos de identificação de veículos, eletrodomésticos, cartões de débito e crédito, além de “frases-semente”, sequências de palavras que funcionam como chave de recuperação para carteiras de criptomoedas, e outros elementos-chave para a investigação, disse a polícia.

De acrodo com com a Polícia de Chaco, o caso começou a ser investigado após uma denúncia de abril deste ano, quando um homem relatou que quatro pessoas invadiram violentamente sua casa e o mantiveram refém sob ameaças e tortura.

O Departamento de Crimes Cibernéticos iniciou uma investigação intensiva em conjunto com unidades especializadas e a Polícia de Buenos Aires. O juiz Rodolfo Guillermo Ártico Denier então despachou os mandados de prisão, busca e apreensão.

Durante o ataque, explica a entidade, eles o forçaram a abrir suas carteiras virtuais e compartilhar suas senhas, permitindo que os criminosos realizassem transações não autorizadas de aproximadamente US$ 120 mil em criptomoedas.

Neste caso, a polícia investiga se uma criadora de conteúdo no OnlyFans pode ter desempenhado um papel fundamental no ataque, já que ela interagiu com a vítima no passado. De acordo com o Infobae, dados coletados pelos investigadores sugerem que a mulher teria atuado como entregadora , facilitando a operação da quadrilha que sequestrou, torturou e roubou o trader.

Rastreamento dos fundos roubados

De posse da ferramenta forense da empresa de blockchain Chainalysis, foi possível a polícia reconstruir o itinerário dos fundos.

Conforme desde a publicação, desde sua origem nas contas das vítimas, passando por uma rede complexa de mais de 20 endereços anônimos no blockchain, múltiplas conversões de tokens por meio de swaps em exchanges descentralizadas, até o ponto em que os ativos eram transformados em moeda fiduciária e sacados.

Uma ligação digital entre a vítima e a criadora de conteúdo, somada à movimentação de dinheiro, relata o site, levou à inferência de que a mulher era quem fornecia informações sigilosas ao restante da quadrilha. A análise dos fundos revelou que ela também recebia uma parte do dinheiro roubado, o que reforçou a hipótese de seu envolvimento direto no crime.

Ataques recentes a investidores de criptomoedas

Com o Bitcoin atingindo máximas históricas neste ano, o alvo nas nas costas dos investidores de Bitcoin nunca foi tão grande, como mostram vários ataques físicos nos últimos meses em várias partes do mundo.

O ataque mais recente ocorreu há poucos dias, em Uganda, quando o fundador da Mitroplus Labs, Festo Ivaibi, foi supostamente sequestrado perto de sua casa e forçado sob a mira de uma arma a transferir criptomoedas no valor de cerca de meio milhão de dólares.

Na França, uma série de sequestros horríveis e tentativas de sequestro têm alarmado a comunidade cripto. Notavelmente, o pai de um empreendedor de criptomoedas foi sequestrado em Paris no início deste mês, tendo um dedo amputado para pressionar o pagamento de um resgate entre € 5 e € 7 milhões em criptoativos.

Ele foi resgatado após dois dias de cativeiro, e cinco suspeitos foram presos. Em outro caso, a filha grávida de um CEO de criptomoedas e sua criança foram alvo de uma tentativa de sequestro em plena luz do dia, também em Paris, frustrada por transeuntes. Esse foi um dos seis ataques que ocorreram por lá desde janeiro.

Nos Estados Unidos, três adolescentes sequestraram um homem de Las Vegas em novembro, após ele participar de uma conferência sobre criptomoedas, e o levaram a cerca de 100 quilômetros de distância até o deserto de Mojave, onde exigiram acesso às suas criptomoedas.

Eles o deixaram lá após roubar US$ 4 milhões em ativos digitais. Dois dos suspeitos, ambos de 16 anos e naturais da Flórida, foram recentemente capturados e agora enfrentam múltiplas acusações criminais, incluindo sequestro e roubo.

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