Tron entra com pedido para vender até US$ 1 bilhão em títulos para comprar TRX

A Tron Inc., empresa listada na Nasdaq e anteriormente voltada para produtos de parques temáticos, registrou a intenção de vender até US$ 1 bilhão em valores mobiliários, enquanto passa a se posicionar como um veículo de tesouraria em criptoativos centrado no TRX, o token nativo da blockchain Tron.

O registro descreve planos para a empresa emitir ações, dívidas e outros instrumentos “de tempos em tempos”, com a expectativa de usar os recursos para “comprar tokens TRX” e perseguir outras estratégias que possam ajudar a estabelecer “fontes de receita ou gerar fundos” a partir de seus ativos, segundo o documento submetido na segunda-feira.

A estratégia segue um modelo popularizado por empresas como a Strategy, de Michael Saylor, mas com um ativo menos conhecido e com menor liquidez.

A empresa alertou que uma queda no preço do TRX ou o enfraquecimento do interesse dos investidores pode dificultar a captação. Caso o “negócio de brinquedos e souvenirs não gere fluxo de caixa nos próximos períodos”, a empresa afirmou que pretende cumprir suas obrigações “usando o fluxo de caixa proveniente de financiamentos via ações ou dívidas”. Também reconheceu que esse mesmo negócio “não gerou fluxo de caixa operacional positivo” em 2024.

Possível conflito de interesses

Um fator que complica a mudança de foco da empresa é sua liderança: “alguns de nossos diretores possuem certos vínculos com o ecossistema da blockchain TRON”, diz o documento, apontando risco de possíveis conflitos de interesse.

O conselho da Tron Inc. é presidido por Weike Sun, pai do fundador da Tron, Justin Sun. As empresas de Justin foram acusadas pela SEC em 2023 por venda de valores mobiliários não registrados e manipulação de mercado envolvendo TRX.

Justin Sun nega as acusações, mas a ligação familiar levanta dúvidas sobre a governança de uma empresa que utiliza capital público para aumentar sua exposição à Tron.

A Tron Inc. não revela nenhum papel formal de Justin Sun, embora seu conselho inclua um conselheiro da Tron DAO e o desenvolvedor principal do Tronscan. Os US$ 100 milhões em TRX usados para financiar uma fusão reversa em junho estavam sob custódia de um truste em Hong Kong, onde também atua um dos diretores da Tron Inc.

A iniciativa representa uma “mudança ousada para se tornar um dreno de liquidez da Tron negociado publicamente, usando emissão de ações e warrants para criar uma pressão de compra sustentada”, disse Vincent Liu, diretor de investimentos da Kronos Research, ao site Decrypt.

Liu caracterizou o movimento como uma “manobra agressiva de engenharia de liquidez” que parece conectar diretamente o capital das finanças tradicionais ao ecossistema Tron.

O documento também observa que o TRX é “menos líquido” do que reservas tradicionais como caixa ou investimentos de curto prazo, e “pode não conseguir servir como fonte de liquidez” da mesma forma que esses ativos.

“Vincular o balanço de uma empresa pública à Tron oferece alto potencial de valorização por reflexividade de preço e narrativa de pioneirismo”, afirmou Liu, antes de alertar para riscos como baixa liquidez, incerteza regulatória e exposição reputacional.

“Diferentemente do Bitcoin, a menor profundidade de mercado da Tron torna a estratégia mais volátil”, concluiu.

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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