Uptober: Entenda por que o Bitcoin costuma disparar em outubro

O mês de outubro voltou a acender o otimismo entre investidores de criptoativos com a chegada do chamado “Uptober”, termo utilizado no setor para descrever o desempenho historicamente positivo do Bitcoin neste período.

Conforme dados do BGeometrics publicados em reportagem da Live Wire, de 2015 até este ano, a média de retorno do Bitcoin nos meses de outubro foi de 20,2%, bem acima de qualquer outro mês. Além disso, artigo publicado no site da Nasdaq aponta que de 2010 até agora, o Bitcoin manteve alta nos meses de outubro em 73% destes períodos.

Agora, a expectativa é se a escrita se mantém em 2025. Para Ana Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio, há espaço para um Uptober moderado, mas o desempenho dependerá de fatores externos e internos.

“Entradas institucionais por ETFs, mais liquidez onchain e o atual cenário da política monetária nos EUA deixam o mercado pronto para subir. Ainda assim, se aparecer um choque macro, a tendência pode virar queda rápido”, afirma.

Segundo Mattos, além do histórico favorável, o investidor deve acompanhar com atenção indicadores econômicos e eventos do setor cripto. No calendário macroeconômico, destacam-se a próxima reunião do Federal Reserve (FOMC), a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) e os dados de emprego (payroll). Já no universo cripto, a analista destaca a listagem de opções de SOL e XRP na bolsa CME, prevista para 13 de outubro, bem como possíveis decisões regulatórias sobre ETFs, que devem ocorrer na mesma janela.

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A perspectiva de que novos ETFs além de Bitcoin e Ethereum sejam aprovados nos Estados Unidos também é vista como um fator que pode impulsionar o mercado. “Sinais de cortes do Fed, a aprovação e adoção de ETFs além de BTC/ETH e a liquidez disponível em stablecoins podem puxar novas altas”, diz.

Rony Szuster, head de research do MB (Mercado Bitcoin), também projeta um cenário construtivo para outubro, destacando que o mês começou com o mercado em condições técnicas favoráveis. Segundo ele, o processo de desalavancagem observado desde o último FOMC, em setembro, retirou o excesso de posições compradas do mercado de futuros, o que costuma anteceder períodos de valorização.

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Além disso, Szuster aponta que a correção de preços registrada no final de setembro levou o índice de medo e ganância para a zona de medo, tradicionalmente associada a condições de sobrevenda e redução da pressão vendedora. “Outro fator positivo é o avanço das rodadas de captação das DAOs, organizações que acumulam ativos digitais e seguem realizando compras consistentes. Esse fluxo tende a sustentar a demanda ao longo de outubro, reforçando a tendência de valorização”, afirma.

No campo regulatório, a expectativa é de avanços com a possível aprovação de ETFs de altcoins, como Litecoin, XRP e Solana, além do ETF de Ethereum com staking. O analista também destaca as apostas do mercado quanto à política monetária do Federal Reserve. Segundo ele, a precificação atual aponta para uma probabilidade de 90% de um corte de 25 pontos-base na reunião do final do mês, com 65% de chance de novo corte de mesma magnitude em dezembro.

Contudo, Szuster alerta para riscos que podem interferir nas expectativas. “Um dos principais riscos para outubro é a possibilidade de um shutdown do governo dos Estados Unidos, caso não haja consenso no Congresso para aprovação do orçamento do novo ano fiscal”, diz. Segundo ele, a paralisação pode gerar impactos ambíguos: de um lado, fortalece ativos com perfil de reserva de valor, como o Bitcoin; de outro, eleva a aversão ao risco e pode pressionar ativos mais voláteis.

Marcelo Person, diretor de Crypto Treasury e Market Making da Foxbit, também vê o mês com otimismo, destacando a combinação de fatores regulatórios e institucionais. “Alguns fatores como a expectativa em torno da política monetária norte-americana e os avanços em produtos regulados, como ETFs de criptoativos, seguem influenciando a demanda”, afirma.

Segundo Person, em 2025, o sentimento positivo em torno do Uptober é reforçado pela consolidação dos ETFs spot, o avanço da regulação nos Estados Unidos, com a Genius Act, e sinais de entrada contínua de investidores institucionais no mercado de criptoativos.

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